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Capital

Dono de garagem alvo da PF diz que trabalha há 40 anos com ficha limpa

Proprietário e o filho foram ouvidos pela Polícia Federal e liberados

Ângela Kempfer | 17/05/2021 16:43
Garagem vazia depois da apreensão de veículos no local. (Foto: Marcos Maluf)
Garagem vazia depois da apreensão de veículos no local. (Foto: Marcos Maluf)

Envolvido em operação da Polícia Federal que apreendeu 23 veículos e prendeu 8 pessoas hoje em Campo Grande e Ponta Porã, proprietário de garagem de semi-novos na Avenida Bandeirantes diz estar indignado com a exposição da empresa da família. O local fechou depois da passagem da PF hoje de manhã, sob denúncia de lavagem de dinheiro.
Segundo João Lopes de Freitas, de 60 anos, a única coisa que liga a Fênix Automóveis à denúncia de tráfico de drogas que desencadeou a investigação é uma caminhonete ano 2017, vendida a um cliente que continua no nome da garagem. “Ele comprou financiado, parcelou em muitas vezes, por isso ainda não conseguiu transferir. Depois parece que caiu aí com tráfico de drogas, ai vieram investigar aqui”, conta o empresário.

Apesar de ser intimado e ouvido pela manhã na sede da Polícia Federal, assim como o filho e sócio, Alex Lopes Freitas, João afirma desconhecer quadrilha responsável pelo transporte de 21 toneladas de maconha. “Trabalho há 40 anos com carros. Não sei nada disso. Vivo na Vila Jacy há 13 anos. Se fosse traficante minha vida seria outra. Minha casa não seria simples como é”, comenta.

Sobre a operação desta manhã, o comerciante diz que 5 “carros velhos” foram apreendidos na garagem, além de um Renault  Duster, que estava na casa dele e a moto de um dos funcionários.

A história de João como empresário do ramo de veículos é recente, começou há 4 anos. Segundo ele, por quase 20 anos ele trabalhou na Fênix mas como vendedor. “Aí o meu patrão ia fechar e perguntou se eu queria assumir”, relata.

O filho, ex-gerente de banco, entrou como sócio. “Nós dois somos trabalhadores, não devemos nada para ninguém”, garante. Sobre apenas ter 5 veículos à venda atualmente, ele justifica que "estou investindo em outro ramo", sem falar em qual.

Veículos chegam à sede da PF após recolhidos em garagem na Avenida Bandeirantes. (Foto: Henrique Kawaminami)
Veículos chegam à sede da PF após recolhidos em garagem na Avenida Bandeirantes. (Foto: Henrique Kawaminami)

Garagem fechada - A operação da Polícia Federal tem o nome “Fênix”, o mesmo da garagem. Também faz alusão a volta de um esquema descoberto há 12 anos durante a "Operação Litoral".

Naquela época, o grupo foi denunciado por enviar toneladas de maconha da fronteira de Mato Grosso do Sul para outros estados do país usando caminhões frigoríficos.

Hoje, 8 pessoas foram presas e 2 são considerados foragidos. Durante os 30 mandados de busca e apreensão cumpridos, R$ 45mil foram recolhidos.

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