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Capital

Quadrilha investigada pela PF tem histórico no tráfico desde 2009

Hoje a PF investiga o uso de uma garagem de semi-novos para lavar dinheiro “sujo” obtido com o tráfico

Geisy Garnes | 17/05/2021 14:34
Um dos presos chegando a Polícia Federal nesta manhã (Foto: Henrique Kawaminami)
Um dos presos chegando a Polícia Federal nesta manhã (Foto: Henrique Kawaminami)

A quadrilha alvo da Polícia Federal na manhã desta segunda-feira (17) já foi investigada há 12 anos durante a "Operação Litoral". Desde aquela época, o grupo enviava toneladas de maconha da fronteira de Mato Grosso do Sul para outros estados do país em caminhões frigoríficos. Agora, parte dos integrantes volta a ser protagonistas da Operação Fênix.

Nove pessoas foram apontadas como integrantes da organização criminosa em 2009: Amauri Aparecido da Silva, Antônio Navarro da Silva Júnior, Francisco Humberto Winckler Benites, vulgo “Chiquinho”, Hugo Maxuel Munhoz, Luciano Saravy Guimarães, Raquel dos Santos Brites, Robinson Roberto Ortega, conhecido como "Lobinho", Rudney Gonçalves Franco, o “Chapado”, e Willian Santos Sales.

Conforme denúncia da promotoria, o grupo trazia maconha e cocaína do Paraguai para Campo Grande e na Capital armazenava os tabletes da droga em caminhões frigoríficos. Esse trabalho era feito em uma oficina mecânica na Vila Margarida, que pertencia a Amauri Aparecido.

No local, os caminhões eram modificados para esconder as cargas de droga. Depois os caminhões eram carregados com carne e enviados para outros estados brasileiros, principalmente o Rio de Janeiro.

Segundo as investigações, a ideia de usar os caminhões frigoríficos para despistar a polícia foi de Robinson Roberto Ortega. Na lógica da organização, as vistorias nesses veículos eram mais “superficiais” em virtude a carga sem perecível. Por algum tempo o esquema funcionou.

O grupo contava com os caminhões de Antônio Navarro da Silva Júnior para transportar a droga, mas em determinado momento Robinson comprou dois veículos do mesmo modelo para usar no tráfico. Os líderes também investiram em um caminhão tanque. Todos os veículos adquiridos ficam no nome de outras pessoas.

Apesar de enviar a droga para mais de um estado brasileiro, o principal destino das cargas era o Rio de Janeiro. A cocaína e a maconha que saiam da fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguaio e a Bolívia abasteciam os morros cariocas. Todas as negociações entre os traficantes de lá e a organização criminosa daqui, eram feitas por uma mulher: Raquel dos Santos Brites.

Mesmo com o papel de destaque de Robinson, a liderança do grupo era dividida entre ele, Francisco Humberto Winckler Benites e Rudney Gonçalves Franco. Outras funções também eram importantes dentro da organização: Willian era o responsável por buscar a droga na fronteira, Luciano e Hugo Maxuel fazem “serviços gerais”. Todos os envolvidos, incluindo os chefes, faziam o serviço de batedor da carga, ou seja, acompanhavam os caminhões até o destino final.

Com a operação, a polícia também apreendeu veículos. Ao todo foram quadro carros – um Palio, um Peugeot, um Golf e uma Saveiro – além de uma motociclista Suzuki GSK-R 1000. Também foram apreendidas três armas.

Hoje a PF investiga o uso de uma garagem de semi-novos para lavar dinheiro “sujo” obtido com o tráfico de maconha. Segundo as investigações, o dinheiro da venda das drogas era usado no comércio e financiamento de veículos. Foram levados ao menos cinco carros e três motocicletas – entre eles um Jeep, Fiat Strada, Fiat Uno, VW Saveiro, Citroen e motos.

Um dos acusados foi preso nesta manhã (Foto: Henrique Kawaminami)
Um dos acusados foi preso nesta manhã (Foto: Henrique Kawaminami)

Reincidentes - Entre os envolvidos, segundo a polícia, estão parte dos investigadores em 2009. O nome dos suspeitos não foi divulgado.

O grupo criminoso manteve a mesma rota para o tráfico: a droga saia de Pedro Juan Caballero (fronteira de MS e Paraguai) para Campo Grande, era preparada na Capital e depois para outros estados. Até agora, dois homens, além de uma mulher, foram presos.

A operação – Nesta manhã os policiais foram as ruas de Campo Grande e Ponta Porã para cumprir 10 mandados de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão. A Justiça também autorizou sequestro e indisponibilidade de bens e dinheiro.

Antes, na fase de investigação, foram apreendidas 21 toneladas de maconha em 12 flagrantes, com 18 prisões de integrantes da organização criminosa. As abordagens ainda resultaram na apreensão de R$ 68.546.

O nome da ação desta manhã faz referência justamente ao significado de Fênix, ressurgimento das cinzas, pois boa parte da organização criminosa foi investigada e presa na operação Litoral.

Garagem da Bandeirantes foi esvaziada nesta manhã (Foto: Marcos Maluf)
Garagem da Bandeirantes foi esvaziada nesta manhã (Foto: Marcos Maluf)


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