Donos de bar na 14 que vendiam maconha "gourmet" ficarão presos
Casal negou venda de drogas no bar que fica na Rua 14 de Julho, no Centro da Capital
A Justiça de Mato Grosso do Sul decidiu manter presos Rubens Arguello, de 32 anos, e a esposa Mayara Bispo, de 34, donos de um bar na Rua 14 de Julho, no Centro de Campo Grande. A prisão foi na segunda-feira (10). A investigação aponta que o casal vendia drogas no estabelecimento, mas os dois afirmam que compravam maconha para uso medicinal.
Em decisão, o juiz Carlos Alberto Garcete entendeu haver elementos suficientes de autoria. "(...) Tendo o autuado sido, supostamente, flagrado com o entorpecente em seu veículo, juntamente com sua companheira e o filho de 10 anos de idade. Além disso, foram encontradas mais drogas dentro de um imóvel, no bairro Nova Lima, 2 balanças de precisão e vários invólucros de plástico para embalo da droga".
Dessa forma, decretou a prisão preventiva de Rubens. Como o casal tem um filho menor de idade, Garcete ordenou que Mayara cumpra a prisão em regime domiciliar. "(...) consistente no recolhimento em sua residência, só podendo dela ausentar-se com autorização judicial".
Entenda - A Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico) monitorava o fornecedor do casal, Marcelo Trindade de Arruda, de 23 anos, há cerca de 10 dias. Foi apurado que a droga vinha de Corumbá e quando chegava a Campo Grande, o traficante fazia entregas delivery e aceitava pagamento via Pix.
Na segunda-feira, a polícia flagrou o momento em que o traficante fazia a entrega de drogas no condomínio onde mora, no Jardim São Lourenço. Os compradores eram Rubens e Mayara Bispo, que ocupavam um veículo Volkswagen Polo acompanhados de uma criança de 10 anos.
Diante do flagrante, os três foram abordados. "O casal estava manuseando a droga na frente da criança", disse o delegado Hoffman D`Ávila. Em buscas no apartamento de Marcelo e na residência do casal, no Bairro Nova Lima, os policiais apreenderam balança, maconha, haxixe e droga sintética, como LSD e MDMA.
A droga apreendida é chamada de gourmet pelo fato de ser mais forte que a comum. "Tem o THC mais apurado, mais forte em relação aos seus efeitos e também mais cara, chamada de gourmet em relação à clientela que a procura", segundo o delegado Hoffman. THC ou Tetrahidrocanabinol é a principal substância psicoativa encontrada na cannabis.
Marcelo comprava a droga de fornecedores de Corumbá, por R$ 4 mil o quilo. Depois, revendia na Capital por R$ 10 mil, também o quilo. Além de comercializar para usuários, ele repassava em grandes quantidades para outros traficantes, como no caso dos donos do bar.
Depoimentos - Marcelo confirmou a venda de drogas ao ser interrogado pela polícia. Já o casal alegou que não comercializava drogas no bar da 14 de Julho, mas tinha maconha em casa para uso medicinal, no tratamento do filho autista, também para controle de sua síndrome do pânico e ansiedade.
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