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Capital

Doses contra gripe seriam vendidas por R$ 40, diz presidente da CPI

Fernanda Mathias e Alberto Dias | 10/06/2016 10:31
Vereadores da CPI da Vacina na delegacia, na manhã desta sexta-feira (Foto: Fernando Antunes)
Vereadores da CPI da Vacina na delegacia, na manhã desta sexta-feira (Foto: Fernando Antunes)
Parlamentares conversaram com o delegado Fabiano Nagata. (Foto: Alberto Dias)
Parlamentares conversaram com o delegado Fabiano Nagata. (Foto: Alberto Dias)

Vacinas contra a gripe, fornecidas pelo Ministério da Saúde, seriam vendidas a R$ 40 cada em Campo Grande. A informação é do presidente da CPI da Vacina, da Câmara Municipal, que apura o sumiço de doses da rede pública de saúde em Campo Grande, vereador Marcos Alex (PT).

Ele e outros membros da comissão estiveram na manhã desta sexta-feira (10) com o delegado do 1º Distrito Policial, Fabiano Nagata, que conduz o inquérito policial sobre denúncia de vacinação em massa no gabinete do Prefeito, Alcides Bernal (PP).

Marcos Alex foi acompanhado dos vereadores Edson Shimabukuro (PTB) e Vanderlei Cabeludo (PMDB). A diferença entre o volume de doses recebidas e a cobertura vacinal era de 32 mil doses no mês passado, mas a Prefeitura depurou o número informando que parte ainda estava disponível aos grupos prioritários, incluindo internos dos presídios, restando uma diferença de 3 mil doses que o poder público não soube explicar onde estão. Essa discrepância de números, na avaliação do vereador, por si só mostra que “algo está errado”.

O vereador afirma que, se confirmada a vacinação do primeiro escalão da prefeitura e dois vereadores, estariam incorrendo em negligência, favorecimento e peculato. Os trabalhos da CPI ocorrerão em colaboração à investigação da Polícia Civil, sem com que um interfira no outro. Ainda hoje deve ser lançado um canal de denúncias pela internet e também telefone e a Polícia Civil também de compromete com diligências em casos de denúncias.

O relator da CPI, vereador Lívio Leite (PSDB), está conduzindo o contato com o Instituto Butantan, que fabrica as vacinas, para esclarecer sobre o processo de envasamento. O Instituto garante que cada frasco tem mais de 10 doses e a Prefeitura alegou que recebeu oito por frasco.

A Prefeitura informou que foi aberta sindicância para apurar a destinação das vacinas recebidas da SES (Secretaria de Estado de Saúde).

Denúncia – A denúncia sobre vacinação no gabinete foi feita pelo jornalista Carlos Roberto Pereira que procurou a polícia no dia 3 de junho para registrar boletim de ocorrência por peculato contra a Prefeitura de Campo Grande. Ele alega ter provas e uma lista com 35 nomes de pessoas que teriam sido imunizadas no gabinete dia 18 de maio, dentre elas o prefeito, dois vereadores, assessores, secretários e familiares dos servidores.

O inquérito para apurar a denúncia foi instaurado ontem, quando Carlos prestou novo depoimento à polícia. A denuncia foi feita depois que o jornalista tentou imunizar a sobrinha, de 22 anos, que está em tratamento contra o câncer e por isso se enquadra no grupo prioritário, mas recebeu informação de que não haveria mais vacina na rede pública desaúde.

Sem fundamentos - Ao Campo Grande News, a prefeitura alegou que Carlos “tem motivação política, inclusive esteve na Câmara Municipal fazendo denúncias contra o prefeito sem nenhuma comprovação”. A Prefeitura diz que não há fundamentos para a denúncia e aponta “onda de boatos sobre sumiço de vacinas” lembrando que foi instaurada sindicância pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) para apurar o caso.

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