"Ele estava tão feliz", lembra pai de consideração de rapaz que caiu em córrego

“Ele estava tão feliz, não mexia com nada errado. Um menino muito bom, era trabalhador, todo mundo aqui gostava dele”. Assim o aposentado João Batista Alves Ferreira, de 79 anos, vai lembrar de Márcio Pereira Ramalho, de 33 anos.

O rapaz morreu, na quinta-feira (30), após cair, de bicicleta, em um córrego. Ele passava por uma ponte desativada, na Rua Praia Grande, Bairro São Conrado.

A bicicleta em que ele estava foi consertada um dia antes para que ele pudesse voltar a trabalhar. O conserto foi pago pelo pai de consideração do rapaz. “Ele pegou a bicicleta anteontem no conserto. Para que eu fui arrumar essa bicicleta?”, lamenta.

João conta que há sete anos Márcio era apenas seu vizinho. Naquela época, o pai do rapaz foi embora para Dourados e o deixou sozinho. Com isso, Márcio foi morar com João.

“Ele vivia sozinho, cresceu no mundo. Ele era bem sistemático, conversar com ele era difícil, mas era uma pessoa muito boa. Era como um filho para mim, me chamava de pai”, lembra, João, com os olhos cheios de lágrimas.

Horas antes do incidente, Márcio estava em casa, na Rua Boanerges Lopes, tomando cerveja. “Ele comprou quatro cervejas, tomou duas e saiu. Pedi para ele almoçar antes de sair, ele não almoçou e saiu”, conta.

Logo em seguida, o rapaz acabou caindo, de bicicleta, no córrego. A vizinha Elizabeth Oliveira, de 55 anos, avisou o idoso sobre o ocorrido. João não conseguiu ir até o local por ser cadeirante.

“Ele ia para Dourados, hoje, para a casa dos parentes dele, ele saiu daqui, ontem, para ir acertar a passagem, e acontece um negócio desse. Eu dei almoço para o João, e falei para o Márcio ir almoçar. Ele falou que já ia, mas saiu, dez minutos depois já vimos o bombeiro. Meu marido foi lá ver o que tinha acontecido e reconheceu ele”, pontua Elizabeth.

A mãe de Márcio é de São Paulo e já está com viagem marcada para Campo Grande. O pai já chegou de Dourados.

Entenda – Márcio caiu no córrego, na tarde de ontem. De acordo com o delegado Kamilo Kettuber, a morte foi acidental. O rapaz perdeu o controle da bicicleta após o pneu ficar preso no vão entre o chão e o início da ponte, que foi desativada após a construção da Avenida Dr. Nasri Siufi, mas ainda é utilizada.

Menino, de 4 anos, testemunhou o fato para os bombeiros, pois estava brincava de pipa nas proximidades.