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Capital

Em avenida do Bairro Amambaí, moradores reclamam de "cena comum" com fios caídos

A reportagem percorreu quase dois quilômetros e encontrou cinco pontos onde a situação se repete

Geniffer Valeriano | 08/08/2023 15:49
Fios arrebentados no cruzamento da Avenida Joaquim Dornelas com a Rua Ciríaco Maymone (Foto: Juliano Almeida)
Fios arrebentados no cruzamento da Avenida Joaquim Dornelas com a Rua Ciríaco Maymone (Foto: Juliano Almeida)

Fios arrebentados e caídos viraram "cenas comuns", frequentadores da Avenida Joaquim Dornelas, no Bairro Amambaí, questionam: “Pra quem eu ligo?”. Percorrendo aproximadamente 1,8 km de extensão da Avenida, o Campo Grande News encontrou cinco trechos onde a fiação estava baixa ou arrebentada.

A primeira situação foi avistada perto da esquina da Rua Vicente Solari, neste local os fios estavam na altura do portão de uma casa que passa por reforma. Um dos funcionários da obra contou que há mais de dois meses os fios estão baixos.

“Pode ter sido furto ou algum caminhão que enroscou, né? Porque aqui nas casas do lado já roubaram a fiação. Nessa empresa que fica desse lado, entra e sai um caminhão bem grande, que já até arrancou um pedaço daquela árvore”, disse Paulo Cezar Quinhones, de 28 anos.

Próximo a obra, para suspender fios uma sacola foi amarrada (Foto: Juliano Almeida)
Próximo a obra, para suspender fios uma sacola foi amarrada (Foto: Juliano Almeida)

No cruzamento da Avenida Joaquim Dornelas com a Rua Ciríaco Maymone, também foram encontrados na calçada fios mais baixos do que costumam ser instalados. Ainda na outra via, os fios haviam sido arrebentados.

Pouco mais à frente, na esquina da Rua Argemiro Fialho, a mesma situação voltou a se repetir. A moradora Elizabeth Brandão, de 65 anos, relatou que há algum tempo em frente a sua casa a fiação ficou dependurada na altura do portão, atrapalhando a entrada e saída de veículos.

“O duro é você não saber para quem reclamar, né? Porque liga para a Energisa e eles falam que é fio de internet. Não temos ninguém para ligar, não tem escrito [nos fios] o nome da operadora”, desabafou.

Depois de um tempo, os fios caíram e ficaram pelo chão. Para resolver o problema, os moradores enrolam os fios e penduraram em uma árvore. Pouco depois a fiação foi levada embora.

Algumas quadras depois, em frente a um prédio do Exército que passa por obras, a reportagem observou a mesma situação. O que chamou atenção foi que ao olhar para o outro lado da avenida havia um bolo de fios já enrolados em uma lixeira.

Fiação cortada foi deixada em lixeira (Foto: Juliano Almeida)
Fiação cortada foi deixada em lixeira (Foto: Juliano Almeida)

Além da fiação baixa presente nas calçadas, em um cruzamento antes de chegar na Avenida Afonso Pena, foi encontrada uma fiação pendurada em meio à via. O frentista Divino Manoel Montserrat, de 54 anos, relatou que o fio se rompeu no sábado e que sua suspeita é de que um caminhão pode ter puxado os fios.

“Muitas vezes eles engancham naquele outro, outras vezes vem o caminhão-cegonha da empresa que tem ali, porque eles descarregam aí, e já aconteceu de arrebentar. Esse trecho aqui é direto, principalmente internet, já aconteceu de a gente ficar sem internet aqui”, explicou.

Por meio de nota, a Energisa informou que a concessionária orienta a população a não se aproximar dos cabos rompidos ou caídos, pois eles podem estar energizados e provocar choque elétrico ou até mesmo óbito. Ainda foi dito que ao se deparar com essa situação, a pessoa deve entrar em contato imediatamente com a concessionária pelo 0800 722 7272 ou com o Corpo de Bombeiros.

O que diz especialista - No dia 19 de abril deste ano, o Campo Grande News fez uma reportagem com o engenheiro eletricista Maycon Venturato, de 36 anos, que analisou a situação dos fios pendurados em vários pontos da cidade e destacou: "O grande problema é a falta de suporte. A maioria dos postes cedidos pela Energisa para receber a instalação das operadores telefônicas e rede de internet não suporta mais a demanda. Cada um pode ter no máximo cinco cabos de rede, mas na prática isso não acontece".

As operadoras abandonam os fios e "fica por isso mesmo. A obrigação de fiscalizar seria da empresa que cede os postes", disse Maycon. E essa deficiência vai piorando junto com o crescimento da cidade e maior oferta de serviços. "O que de fato acontece é que moradores e empresas trocam de operadora. A empresa contratada coloca o novo cabo, mas a empresa anterior não faz a retirada e vão se acumulando fios 'mortos', empresas negligenciam o trabalho final de retirada", detalhou.

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