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Capital

Em época de “calorão”, veterinários alertam para risco de morte dos pets

Especialistas e tutores recomendam banhos refrescantes e o fornecimento de "picolés" para aliviar calor

Por Mylena Fraiha | 16/11/2023 09:25
Afetada pelo calor, a cadela Luiza fica menos ativa, diz a tutora Carmem (Foto: Arquivo pessoal)
Afetada pelo calor, a cadela Luiza fica menos ativa, diz a tutora Carmem (Foto: Arquivo pessoal)

As altas temperaturas que têm castigado Mato Grosso do Sul não poupam apenas os humanos; os animais de estimação também enfrentam sérios riscos devido ao intenso calor. Com previsão de máximas alcançando até 38ºC nesta quinta-feira (16), especialistas alertam para os perigos da hipertermia em cães e gatos.

De acordo com a médica veterinária Juliete Lamim Blois Cabral Okumoto, de 33 anos, a hipertermia ocorre quando o animal não consegue regular a temperatura do corpo e pode ser fatal. “Durante períodos de calor intenso, essa regulação se torna difícil, levando-os ao estado de choque, o que pode resultar em falta de ar, perda de consciência e, em casos extremos, óbito".

A médica veterinária também explica que os sintomas de hipertermia podem ser inesperados para os tutores, pois durante o calor intenso, os animais geralmente ofegam para tentar trocar calor. “Quando entram em estado de choque, gradualmente perdem a consciência, resultando rapidamente em óbito, muitas vezes passando despercebido pelo tutor”.

Em cães, um sinal de hipertermia é a mudança na cor da mucosa bucal. Normalmente rosada, durante a hipertermia, ela se torna intensamente vermelha e até arroxeada. Nos gatos, a abertura da boca, comportamento incomum para eles, indica que a temperatura do corpo ultrapassou os limites, podendo apresentar desorientação, andar cambaleante, vômitos e diarreia.

A médica veterinária explica que os cães braquicefálicos, conhecidos por apresentarem uma cabeça de formato “achatado” e o focinho de tamanho “encurtado”, estão entre os mais afetados pelo calor intenso. "Cães grandes, especialmente os braquicefálicos como buldogues e pugs, são mais propensos, mas os gatos também são afetados”.

Segundo Juliete, somente em sua clínica, dois cachorros faleceram devido ao calor intenso em Campo Grande. “Alguns pets que faleceram tinham vários potes de água, e o tutor era atencioso, mas um deles era um filhote de nove meses e isso não foi suficiente”.

Medidas - Durante o “calorão”, especialistas como Juliete têm orientado os tutores a tomarem medidas para proteger seus animais de estimação. A recomendação é evitar acorrentar e garantir sombra, além de molhar o pet e deixar grandes pedras de gelo nos bebedouros.

“Temos sugerido aos tutores que se esforcem para retornar para casa durante o período do almoço, pois é o horário mais quente. Ao retornar, é importante molhar a varanda antes de sair de casa, molhar o pet, mesmo que ele não goste, e deixar grandes pedras de gelo nos bebedouros”, oriente Juliete.

Em dias de calor, o gato Leonardo fica em ambiente úmidos, como o tanque da casa de Carmem (Foto: Arquivo pessoal)
Em dias de calor, o gato Leonardo fica em ambiente úmidos, como o tanque da casa de Carmem (Foto: Arquivo pessoal)

Outra estratégia é fazer gelo saborizado com carne congelada e oferecer petiscos líquidos para gatos são sugeridas para garantir a hidratação. “Experimente fazer gelo saborizado, com carne congelada em um litro de água. Durante esse momento de calor intenso, muitos pets relutam em beber água, então é preciso despertar o interesse deles”, comenta a veterinária.

Para os gatos, a médica veterinária aponta que há petiscos líquidos disponíveis, que podem ser misturados com água para criar "picolés". Além disso, conforme explicado por Juliete, tanto cães quanto gatos devem receber um banho durante esse período. "É crucial molhar os animais, mesmo que não apreciem, e manter o ambiente úmido", ressalta.

A auxiliar de veterinária e protetora de animais Carmem Lúcia Monteiro, de 43 anos, é uma das tutoras que adota medidas para refrescar os bichanos. Ela tem nove gatos e dois cachorros.

"Neste calor, troco a água dos meus animais diariamente com maior frequência. Procuro evitar o uso de vasilhas de plástico, optando por recipientes de alumínio, cerâmica ou louça para evitar o aquecimento rápido da água. Adiciono gelo pela manhã e à tarde, proporcionando áreas abertas para que possam se refrescar."

Carmem explica que também faz uso de ventiladores para proporcionar conforto aos animais. “Mantenho os ventiladores ligados, tanto aos gatos quanto aos cachorros”.

Em dias de calor, a gata Suzi aproveita o alívio trazido pelo ventilador na casa de Carmem (Foto: Arquivo pessoal)
Em dias de calor, a gata Suzi aproveita o alívio trazido pelo ventilador na casa de Carmem (Foto: Arquivo pessoal)

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