Em júri, motorista bêbado que matou mulher pede perdão
Acidente fatal aconteceu na madrugada do dia 13 de outubro de 2022, na Avenida Fábio Zahran
Nesta sexta-feira (21), sentado no banco dos réus, na 2ª Vara do Tribunal do Júri, Charles Goes Júnior, de 32 anos, denunciado por atropelar e matar Michelli Alves Custódio, 36 anos, na madrugada do dia 13 de outubro de 2022, pediu perdão para a família da vítima. Olhando para os jurados disse: "gostaria de pedir perdão para a família, para a minha família, pra Deus, porque jamais tive a intenção de machucar ninguém".
Michelli foi atropelada em frente de casa, na Avenida Fábio Zahran, esquina com a Rua Ouro Branco, na Vila Carvalho, em Campo Grande. A vítima havia sido chamada por uma travesti, amiga dela, e as duas conversavam no portão da residência. As duas foram atropeladas pelo Renault Sandero, conduzido por Charles. Na época, o rapaz era motorista de aplicativo.
Em depoimento, ele contou que no dia 12, feriado de Nossa Senhora de Aparecida, participou de ação social na Cidade de Deus, com a torcida organizada do Corinthians, na qual fazia parte, para levar brinquedos e cachorro-quente para as crianças. “Depois da ação nos encontramos para confraternizar e assistir ao jogo do Corinthians e Flamengo”, contou.
Charles disse que não sabe quantas horas ficou na sede da torcida confraternizando, mas chegou às 13h e saiu de madrugada, 30 minutos antes do acidente. “Lá, eu tomei cerveja, mas não sei quantas”, contou. Acompanhado por uma amiga, ele a deixaria em casa primeiro e depois seguiria para a sua residência.
“Eu vinha pela via, acredito que tinha dormido no volante porque não lembro do impacto. Quando consegui firmar o carro e ter consciência dos fatos, tentei parar no mesmo momento. Dormi por conta do cansaço. Eu vinha a semana toda trabalhando para a ação social. As comidas tinham sido feitas todas lá em casa. Do dia 11 para o dia 12 eu não tinha dormido”, justificou.
Segundo ele, depois do impacto conseguiu controlar o carro, mas não sabia se tinha atingido a Michelli ou a outra pessoa que estava junto. “Depois que parei o carro veio uma pessoa que não conheço e disse ‘calma, o socorro está vindo’. Fiquei no carro, a Joyce [amiga do autor] saiu e viu que o carro tinha atingido as pessoas. Eu não fugi do local, prestei socorro”, relatou.
Charles afirmou ainda nunca ter imaginado tirar a vida de alguém e que naquele dia saiu de casa para levar alegria às crianças, se referindo à ação social. Jamais imaginei estar aqui na frente do senhor hoje”, disse ao juiz Aluízio Pereira dos Santos, que preside o julgamento. O resultado do júri será divulgado no período desta tarde.
Relembre o caso - O motorista foi preso em flagrante após teste do bafômetro resultar 0,83 miligramas de álcool por litro de ar expelido dos pulmões. No dia do acidente, Michelli foi chamada no portão de casa por uma travesti, amiga dela, e enquanto conversavam na frente da casa, as duas foram atropeladas.
Os filhos dela, de 8 e 10 anos, presenciaram o crime e desesperados, acreditando que a mãe estava viva, pediram socorro a um vizinho. Após atropelar Michelli e a travesti, o carro atingiu Victor Nunes Uchoa Cavalcante, de 32 anos, que seguia ao encontro das duas. Câmera de segurança gravou o momento logo após o atropelamento. A travesti e Victor sofreram ferimentos leves. Charles foi denunciado por homicídio qualificado.
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