Decretada prisão de condutor bêbado que matou mulher atropelada
Charles de Goes confessou que bebeu, mas alega não ter visto que atropelou alguém
A Justiça decretou a prisão preventiva de Charles de Goes Júnior, de 30 anos, condutor que atropelou e matou a nutricionista Michelli Alves Custódio, de 36 anos, na madrugada desta quinta-feira (13). O acidente aconteceu na frente da casa de Michelli, na Avenida Fábio Zahran, esquina com a Rua Ouro Branco, na Vila Carvalho, em Campo Grande.
Charles estava bêbado, foi detido em flagrante e passou por audiência de custódia na manhã desta sexta-feira (14), que é quando o juiz decide entre o relaxamento da prisão, a conversão da prisão em flagrante em preventiva ou a liberdade provisória, com ou sem fiança, até o julgamento definitivo do processo.
No caso de Charles, ele teve a prisão preventiva decretada. Ela tem o objetivo de evitar que o acusado cometa novos crimes, prejudique a colheita de provas ou fuja. A Justiça revisa a necessidade de sua manutenção a cada 90 dias.
Acidente - Na madrugada desta quinta-feira, Michelli foi chamada no portão pela travesti Samantha a quem prestava ajuda. Enquanto conversavam na frente da casa, foram atropeladas pelo Renaul Sandero conduzido por Charles de Goes Júnior, de 30 anos. Os filhos de Michelli, de 8 e 10 anos, presenciaram o crime e desesperados, acreditando que a mãe estava viva, pediram socorro a um vizinho.
Charles ainda tentou fugir e um familiar de Michelli chegou a subir no capô para impedi-lo, mas também ficou ferido. O condutor só foi preso porque o carro parou de funcionar uma quadra depois da batida. Teste do bafômetro resultou em 0,83 miligramas por litro de ar expirado.
Interrogado, Charles confirmou que bebeu por mais de nove horas seguidas antes do acidente e foi embora de carro. No trajeto, afirma que o pneu estourou e ele se envolveu no acidente. Segundo ele, após a batida "não viu nada" e não sabia que atropelou pessoas, sendo avisado por uma colega que estava no carro pediu para que ele parasse.
Contudo, perícia contesta a versão e aponta que o pneu estourou quando o carro bateu no meio-fio, entortando o aro. A Polícia Civil também afirma que não é possível que Charles não tenha visto o acidente "nem mesmo a pessoa que subiu no capô tentando detê-lo, vez que entrou na primeira curva e parou um pouco adiante, provavelmente quando acabou o óleo do carro e o mesmo deixou de funcionar". Havia muito óleo derramado em todo o percurso e ele ainda dirigiu uma quadra inteira após os atropelamentos.
Michelli foi sepultada nesta sexta-feira (13), sob pedidos de Justiça.