Em rua que teve 10 casas alagadas, domingo é dia de contar prejuízos
Pelo menos dez casas foram alagadas durante a chuva de ontem (6), na Rua do Livramento, esquina com a Riachão, no Bairro Cruzeiro, em Campo Grande. Os moradores que tiveram as residencias invadidas pela água perderam colchões, geladeiras, móveis, mantimentos e até um carro novo ficou danificado após sair do lugar com a enxurrada.
Uma das casas mais atingidas, foi a da comerciante Flaviana Borges Dias, que mora na região há 6 anos. Na varanda da casa dela funciona uma frutaria e no fundo do terreno mora a filha, Jéssica Dias de Souza, 23 anos, que tem dois filhos, de 6 anos e de 1 ano e cinco meses.
Na hora da chuva forte, Jéssica ficou ilhada no imóvel de três peças. Ela estava com o bebê no colo e teve que subir em cima da mesa da televisão para escapar da enxurrada. Mãe e filho só foram retirados do local com a ajuda do Corpo de Bombeiros, que quebrou o muro de algumas casas para a água escoar.
Nesta manhã, a família se reuniu para jogar fora os produtos estragados. A proprietária da frutaria perdeu todo estoque de carvão que havia comprado por R$ 500 para revender no Natal. “Perdemos também mantimentos, geladeira, freezer, balcão, cama, colchão e roupas. No meio da água ainda surgiram ratos e animais peçonhentos. Foi tanta coisa, que não tenho nem como estimar o prejuízo”, lamenta.
Flaviana contou que toda vez que chove, a rua vira um rio, porque a água dos bairros mais altos como do Coronel Antonino e Monte Castelo desce para a região do Cruzeiro, parte mais baixa. “Aqui a casa é alugada e o proprietário faz um preço bom para a gente, justamente por causa do problema de alagamento”, disse a comerciante, que pensa em arranjar outro lugar para morar, depois da chuva de ontem.
Um casal, que pediu para não ser identificado, também amarga os prejuízos com o temporal deste sábado. A água entrou na casa e arrastou o carro novo da família. “Hoje, mandei o carro para o conserto, mas não sei o tamanho do estrago, não sei se vai voltar a funcionar”, reclama a mulher de 39 anos, que comprou o veículo há 3 meses.
Os moradores contaram que desde 2013 não havia uma inundação desse tipo na rua. Para solucionar o problema de alagamento, os moradores chegaram a quebrar o portão de um terreno baldio para água entrar e não causar transtorno, mas este ano o proprietário aterrou o local.
Conforme os vizinhos, requerimento com pedido de solução já foi feito e entregue a prefeitura no ano passado, mas até agora nada foi feito. Na rua, há bocas de lobo, mas que não comportam a quantidade de água, quando chove muito. Só ontem, choveu 59,6 milímetros em Campo Grande, de acordo com o Cemtec (Centro de Monitoramento de Tempo, do Clima e dos Recursos Hidricos de Mato Grosso do Sul).