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Capital

Empresário que matou funcionário em haras presta depoimento

De acordo com o advogado, Gabriel Zahran “vai responder em liberdade e colaborar com a Justiça”

Anahi Zurutuza e Ana Oshiro | 31/08/2021 18:56
Gabriel Zahran em foto tirada na Fazenda Chaparral. (Foto: Reprodução das Redes Sociais)
Gabriel Zahran em foto tirada na Fazenda Chaparral. (Foto: Reprodução das Redes Sociais)

Investigado pela morte de Rosevaldo Matias Moitinho, de 46 anos, durante caçada no Haras El Zahran, na Fazenda Chaparral, em Campo Grande, o empresário Gabriel Gandi Zahran Georges, de 33 anos, prestou depoimento na 5ª Delegacia de Polícia, na tarde desta quarta-feira (31). O suspeito respondeu às perguntas da delegada Gabriela Staile, acompanhado do advogado Márcio de Ávila Martins Filho e deixou a delegacia logo após a oitiva, conforme apurado pelo Campo Grande News.

De acordo com o defensor, Gabriel Zahran “vai responder em liberdade e colaborar com a Justiça”. O advogado diz não poder comentar sobre o conteúdo do depoimento, porque “a delegada optou por continuar o inquérito sob sigilo”. “É até contraditório. A polícia decide pelo sigilo e a defesa fica repassando informações. Vou me manifestar mais para frente”, explicou Martins Filhos.

A reportagem tentou contato com a delegada nesta tarde, mas na delegacia, ela pediu para informar que não poderia atender a equipe e depois, também não atendeu às ligações.

O ano de 2021 não está sendo fácil para Gabriel Zahran. Em abril, ele atropelou dois motociclistas, no cruzamento da  Rua Santa Bárbara com a Avenida Nelly Martins, o prolongamento da Via Parque. As vítimas foram levadas para Santa Casa em estado grave, mas depois se recuperaram.

Rosevaldo Matias Moitinho, de 46 anos, morreu com tiro no abdômen. (Foto: Reprodução das Redes Sociais)
Rosevaldo Matias Moitinho, de 46 anos, morreu com tiro no abdômen. (Foto: Reprodução das Redes Sociais)

A morte - Rosevaldo, funcionário de 46 anos, da Fazenda Chaparral, morreu na noite de domingo (29), depois de ser atingido por um tiro no lado esquerdo do abdômen. Conforme boletim de ocorrência, a vítima foi deixada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Universitário por um homem que não se identificou. Rosevaldo estava em parada cardíaca e com uma perfuração provocada por arma de fogo.

Ainda conforme o registro policial, muito nervoso, o homem que deixou Rosevaldo na unidade de saúde disse apenas que eles estavam caçando juntos em uma fazenda e que atingiu o amigo por acidente. Logo em seguida, o rapaz foi embora.

Os médicos da UPA tentaram reanimar Rosevaldo, mas não tiveram sucesso e acionaram a polícia. Junto aos pertences da vítima, foi encontrada uma munição deflagrada de calibre .32. Uma equipe do GOI (Grupo de Operações e Investigações) estava na UPA e fez os primeiros levantamentos da ocorrência.

O caso foi registrado como homicídio culposo (sem a intenção de matar) na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol (Centro Integrado de Polícia Especializada), mas depois encaminhado à 5ª DP.

Despedida – Cunhado da vítima e também funcionário da família Zahran, Luiz Carlos de Souza, de 53 anos, conta que Gabriel, um dos patrões, era “muito amigo” de Rosevaldo. “Eles sempre iam caçar juntos. Gabriel ligava, eles combinavam de se encontrar no haras e saíam juntos para caçar”.

Luiz Carlos conta ainda que ele e os parentes não sabem detalhes do que aconteceu, mas acreditam numa fatalidade. “A gente estava na igreja no domingo à noite. Quando chegamos na fazenda, o telefone tocou e era um policial informando que o Rosevaldo tinha sofrido um acidente, que ele levou um tiro, não resistiu aos ferimentos. Pediram pra família levar os documentos dele pra UPA”.

Os familiares se despediram de Rosevaldo na tarde dessa segunda-feira, dia 30. Ele deixou a esposa e dois filhos, um menino de 4 e uma menina de 15 anos.

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