Entidades falam de racismo e cobram apuração exemplar sobre agressão em escola
OAB/MS, Fetems e Grupo Tez emitiram notas de repúdio depois de criança negra ser agredida por pai de colega
Qualquer forma de discriminação, discurso de ódio e ato de racismo foram condenados pela OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Mato Grosso do Sul), Grupo Tez e Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação do Mato Grosso do Sul). As entidades emitiram notas de repúdio nesta terça-feira (12) em resposta ao caso de agressão sofrido por uma menina negra de 4 anos, registrados pelas câmeras da Escola Municipal Professora Iracema de Souza Mendonça, situada no Bairro Universitário, em Campo Grande.
O vídeo mostra o pai de um aluno branco invadindo o pátio da escola e empurrando a menina pelas costas para afastá-la de seu filho. O homem ainda apontou o dedo e gritou com a menina. A agressão na escola motivou registro de boletim de ocorrência na Depca (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), registrado pela diretora da unidade de ensino. Os pais da menina alegam racismo.
Em nota, a OAB/MS enfatiza que "repudia toda e qualquer forma de discriminação e discurso de ódio praticado por quem quer que seja". A ordem dos advogados ainda informa que irá requerer à delegada titular da Depca a "apuração rigorosa dos fatos", indicando representantes da Ordem para acompanhar a investigação".
A Fetems repudiou o "ato de racismo" e destacou que a "educação e a escola, pelo papel importante e transformador que têm, não podem calar diante de situações de racismo". A entidade também cobrou a responsabilização do agressor, "tanto quanto ao ato de racismo, assim como o fato de o sujeito invadir uma unidade escolar e agredir a diretora e a professora em pleno exercício profissional".
O caso de agressão também foi repudiado pelo grupo TEZ, primeira entidade do movimento negro sul-mato-grossense. "Estamos profundamente indignados com o ocorrido e reiteramos que abominamos, de forma veemente".
A entidade ressalta que o racismo causa impactos danosos do ponto de vista psicológico e social na vida de toda e qualquer criança ou adolescente. "A criança não nasce racista, mas pode aprender a discriminar apenas por ver os adultos discriminando, nesses momentos, ela se torna vítima do racismo", disse a entidade em nota.
Assim como a OAB/MS e Fetems, o Grupo TEZ cobrou "as devidas providências sejam tomadas pelos órgãos competentes". "É nossa responsabilidade enfrentar o racismo nos diferentes espaços que ocupamos, incluindo os ambientes virtuais e as escolas".
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