“Estão de enrolação”, diz jovem sobre sumiço do vídeo de perseguição de delegado
Artesã diz que foi intimidada e só entregou cartão de memória sob pressão
Para a artesã que teve o carro parado a tiros, disparados pelo delegado-geral da Polícia Civil, Adriano Garcia, é no mínimo estranho o sumiço das imagens feitas por câmera instalada no automóvel Renault Kwid, conduzido por ela na noite de ontem (16). “Estão de enrolação”, resume.
A jovem desconfia pelo fato de o equipamento nunca ter apresentado problema. “Instalei em dezembro do ano passado e sempre gravou e armazenou as imagens normalmente. Nunca deu nada”, afirma.
De acordo com ela, tudo o que era captado ficava salvo no cartão de memória, que tinha capacidade para suportar filmagens de todo um mês. Justamente o cartão de memória que acabou sendo apreendido na delegacia após muita insistência e pressão de policiais.
“Eles acharam que eu tinha engolido o cartão, mas guardei em um guardanapo. Falaram que não iriam deixar eu sair da delegacia sem entregar e queriam que eu tomasse laxante”, relata.
Por se sentir intimidada, a motorista revela que entregou o dispositivo para os agentes. Pela manhã, o delegado que atendeu a ocorrência, Antônio Ribas Junior, afirmou que não foi possível, inicialmente, ver as gravações. Agora, o cartão de memória será periciado.
Ao Campo Grande News, a artesã disse que pagou R$ 600 no aparelho e instalou a câmera justamente para ter provas, caso um dia se envolvesse em um acidente de trânsito. “O povo dirige feito doido e instalei por isso”, esclarece.
Agora, justamente na ocasião em que precisa, a jovem se diz decepcionada com a possibilidade de não ter acesso às filmagens que comprovariam sua versão dos fatos. “É frustrante, porque fui colocada como uma pessoa que praticou um atentado contra a vida de um delegado”, finaliza.
A motorista, habilitada desde 2020, nunca foi multada e nunca bateu o carro.