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Capital

Ex-namorado denuncia assassina de idosa por usar celular dentro de presídio

Pâmela encontrou em contato com o ex-namorado, que é investigador da Polícia Civil de Campo Grande

Geisy Garnes | 02/04/2019 16:15
Pâmela está presa desde o dia 25 de fevereiro (Foto: Reprodução Facebook)
Pâmela está presa desde o dia 25 de fevereiro (Foto: Reprodução Facebook)

Pâmela Ortiz de Carvalho, de 36 anos – assassina confessa da idosa Dirce Santoro Guimarães Lima, de 79 anos – foi flagrada com um celular dentro do Estabelecimento Penal "Irmã Irma Zorzi" depois de ligar para o ex-namorado, um investigador a Polícia Civil, e ameaçar suicídio no fim do mês passado.

O investigador recebeu a ligação de Pâmela na manhã do dia 27 de fevereiro. Ao perceber que era a ex-namorada tentou desligar, mas ouviu a mulher fazer ameaças de suicídio caso os dois não conversassem. Ela afirmou que abriria mão dos pais e até mesmo dos quatro filhos, mas não dele.

No mesmo dia o investigador, lotado na Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos), comunicou o delegado titular da unidade sobre a ligação e um ofício informando do uso de celular dentro do presídio feminino foi enviado a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário).

Em vistoria os agentes penitenciários apreenderam o aparelho com outra interna, Natacha Alessandra dos Santos, presa por tráfico de drogas. No oficio enviado à justiça, explicam que apesar disso, o celular era usado por Pâmela e por isso as duas respondem a processo administrativo.

Nesta segunda-feira (1º), a promotora Lívia Carla Guadanhim Bariani, promotora de justiça da 19ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, pediu o quebra de sigilo telefônico do aparelho apreendido com as presas. Segundo ela, a medida é essencial para verificação da existência de novas provas do crime.

Foi pedido a análise de mensagens de sms, e-mail, WhatsApp e ligações efetuadas ou recebidas por Pâmela no período que esteve presa, além da localização dos envolvidos.

Diante das ameaças de suicídio, Ministério Público também orientou que a interna fosse submetida a tratamento psicológico e psiquiátrico dentro da unidade, o que segundo a Agepen, já acontece.

Esse já é o segunda “confusão” envolvendo a mulher desde sua prisão. No início do mês passado a defesa de Pâmela entrou com o pedido de transferência de presídio alegando que ela estava sendo ameaçada por outras internas. No entanto, dias depois, ela mesma desmentiu a situação em uma carta escrita à mão.

Ela afirmou que não havia sofrido nenhum tipo de maus-tratos e detalhou que estava em uma cela com outras “três senhoras”. “Confesso que estou abalada psicologicamente devido os ocorridos, mais estou tentando me manter sam [sic]”, escreveu.

Pâmela se passava por policial e responde a processo por isso em Terenos (Foto: Reprodução)
Pâmela se passava por policial e responde a processo por isso em Terenos (Foto: Reprodução)

O crime - Pâmela só admitiu ter assassinado a idosa ao ser informada pela polícia que câmeras de segurança haviam flagrado o momento em que ela saiu com Dirce no sábado (23), dia do desparecimento no Bairro Santo Antônio.

Antes de saber das imagens, ela havia negado até mesmo ter encontrado a vítima. Ainda conforme a investigação, as duas saíram juntas para tentar resolver os débitos que a mulher teria feito nos cartões de crédito da vítima. Elas se desentenderam, Pâmela agrediu Dirce até a morte e abandonou o corpo.

Em depoimento à polícia, Pâmela alegou que durante uma discussão, a idosa ameaçou denunciá-la pelas compras feitas usando indevidamente o seu nome. Ela disse ainda que a aposentada tentou sair do carro em movimento e caiu, batendo a cabeça no meio-fio. Desesperada e temendo ser descoberta, a mulher conta que pegou a cabeça da vítima e esmagou contra a guia.

Além de prestar serviço como motorista de idosos, Pâmela se apresentava como policial. A primeira audiência sobre o caso acontece no dia 6 de maio, no Fórum de Campo Grande.

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