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Capital

Fábrica vai à falência e deixa para trás focos da dengue e abandono

Luciana Brazil | 14/02/2013 10:17
Fábrica vai à falência e deixa para trás focos da dengue e abandono
Bandeja de alimentos esquecida em área de empresa.
Fábrica vai à falência e deixa para trás focos da dengue e abandono
Copo plástico com água acumulada representa risco.

Se um terreno abandonado já causa transtornos, imagine três terrenos em um só lugar. Na avenida Bandeirantes, em Campo Grande, o que restou de uma fábrica de artefatos de cimento se transformou em abandono e muitos, muitos focos da dengue. Um pequeno imóvel construído nos terrenos, que deveria acolher a parte administrativa da empresa, serve hoje apenas como abrigo para usuários de drogas.

Os três terrenos se resumem a um grave problema de saúde pública. Em meio a uma epidemia de dengue no município, com mais de 25 mil casos, nenhum responsável pelo local parece ter ciência da seriedade da situação. Ao recorrer ao poder público, a única resposta que o vizinho ao terreno conseguiu foi se deparar com um jogo de empurra-empurra.

A empresa falida chamava-se Artefatos de Cimento Nossa Senhora Aparecida.

“A gente liga para o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), dizem que a responsabilidade é da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desencolvimento Urbano). A Secretaria até hoje não apareceu por aqui”, conta João Lopes de Freitas gerente da garagem de carros vizinha a antiga fábrica.

Segundo ele, o sentimento é de impotência diante de uma questão que parece não ter culpado. “Já tentei encontrar o responsável pela empresa, mas não consegui”, lamenta.

Segundo o gerente, um funcionário da garagem teve dengue há alguns dias. “Ele fica lá frente da loja e fica exposto”. João mostra as anotações das ligações feitas ao CCZ e a Semadur. Nos primeiros dias de janeiro aconteceram as primeiras tentativas e até agora não houve retorno. “A gente pode perder a vida por causa do desleixo de outros”, reclama.

O gerente lembra que o terreno está abandonado há mais de um ano. O dono da fábrica, segundo João, era um senhor de idade que morreu pouco antes da fábrica ir à falência. “A filha chegou a vir pra cá, mas não deu certo”.

A equipe de reportagem entrou em contato com o responsável pelo terreno. Identificado apenas como Paulo, ele não quis dar informações. Ele afirmou ser médico e estar no meio de uma consulta.

Fábrica vai à falência e deixa para trás focos da dengue e abandono
Empresa fechada virou risco para vizinhos.
Fábrica vai à falência e deixa para trás focos da dengue e abandono
Hoje pela manhã um homem dormia no local. (Foto:Pedro Peralta)
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