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Capital

Falta de verba e burocracia travam 57% das obras em postos de saúde

Ricardo Campos Jr. e Juliana Brum | 24/07/2015 15:08
Obra de UPA parada no Jardim Leblon (Foto: Marcos Ermínio)
Obra de UPA parada no Jardim Leblon (Foto: Marcos Ermínio)
Obra parada no Leblon vira refúgio para usuários de drogas, dizem moradores (Foto: Marcos Ermínio)
Obra parada no Leblon vira refúgio para usuários de drogas, dizem moradores (Foto: Marcos Ermínio)

Burocracia e falta de verbas travam 57% das obras para construção, melhorias e reformas em postos de saúde de Campo Grande. Somente para concluir as três UPAS (Unidades de Pronto Atendimento) em construção na cidade, por exemplo, a prefeitura depende de licitações e cerca de R$ 2 milhões em repasses do Ministério da Saúde.

O prédio localizado nas Moreninhas deve ficar pronto primeiro. Sérgio Tavares, diretor-geral de obras da Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação), explica que o prédio está 99% finalizado.

Está em andamento, segundo ele, um pregão para a compra de sistemas de ar-condicionado e climatização, em que serão utilizados R$ 400 mil em recursos próprios. “A obra deve ser entregue até a primeira quinzena de setembro”, afirma Tavares. A partir daí ficará a cargo da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) operacionalizar o funcionamento, com a contratação de funcionários e compra de materiais.

Já a UPA do Jardim Leblon está 98% finalizada. Segundo Tavares, o local depende de R$ 1 milhão em verbas federais para acabamentos e depois, assim como a unidade das Moreninhas, deve passar por licitação para climatização. Espera-se concluir o empreendimento em até dois meses.

Situação mais crítica está a UPA Santa Mônica, com 85% das obras concluídas. O local também depende de aditivo ministerial para prosseguir.

Outros postos - Relatório da Seintrha aponta ainda que há 39 obras em aberto nas UBSFs (Unidades Básicas de Saúde da Família) da Capital, das quais 21 estão paradas e 18 seguem em execução.

No montante dos empreendimentos paralisados, seis compreendem instalação de academias ao ar livre nas unidades. Somente duas começaram. A do Jardim Perdizes foi interrompida com 10% de conclusão e do Nova Lima, com 80%.

No Jardim Botafogo, Ana Maria do Couto, Sírio Libanês e Jardim Aero Rancho as obras estão com 0% de avanço.

Outras nove unidades são novas. A do Arnaldo Estevão de Figueiredo é a única que ainda não foi iniciada. As outras ficam no Jardim Azaléa, Jardim Paradiso, Jardim Presidente, Vila Cox, Ana Maria do Couto, Jardim Zé Pereira, Sírio Libanês e Jardim Parati.

Essa última teve problemas na fundação, que precisou ser feita com metodologia diferente da prevista no projeto. Segundo Tavares, a empresa responsável aguarda a Caixa Econômica Federal, responsável pelo repasse das verbas, aprovar as alterações para dar continuidade.

Também estão paradas as reformas em unidades. Na do Aero Rancho, as intervenções foram interrompidas com 15% de evolução; no Coophavilla, 75% e no Jardim Pioneira, 86%. Nos postos do Iracy Coelho, Guanandi e Santa Carmélia as obras sequer começaram.

Dona de casa reclama que precisa ir até o bairro vizinho em busca de atendimento (Foto: Marcos Ermínio)
Dona de casa reclama que precisa ir até o bairro vizinho em busca de atendimento (Foto: Marcos Ermínio)

Transtornos – O motorista Augusto Rocha Gomes, 47 anos, mora na região do Leblon e fala da dificuldade em ir até o Guanandi para ser atendido. Ele destaca que a demora na obra também gera outros problemas para os moradores do bairro.

"A obra está abandonada e o aumenta a violência no bairro, porque hoje, os ‘nóias’ usam o prédio para o uso de drogas e até para se esconderem da polícia" relatou o morador.

A dona de casa, Maria do Socorro, 56, vive na região há mais de 40 anos tem que ir até o bairro Bonança para cuidar da saúde. "Esta obra ia ser ótima e melhorar muito, porque não sabemos quando será inaugurada e se será. Não tem guarda nenhum no local e de noite é perigoso. Já até picharam todo o prédio" declarou.

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