Problemas em contrato e falta de dinheiro param obras de 26 Ceinfs
Dos 28 Ceinfs (Centros de Educação Infantil) em construção na Capital, somente dois ainda estão em andamento. Relatório da Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação) aponta que 93% dos empreendimentos desse tipo estão parados, e alguns nem sequer começaram, por falta de recursos e problemas com contratos.
O diretor-geral de obras da pasta, Sérgio Tavares, afirma que em alguns casos as licitações foram feitas pelo Governo Federal, ficando o município de mãos atadas quando as empresas não dão conta de finalizar os projetos ou discutem reajustes diretamente com a União.
Esse é o caso da Casa Alta Construções, encarregada de erguer 13 centros, cada um no valor de R$ 1,7 milhão. Desses, apenas quatro foram iniciados e ainda não estão nem na metade: Jardim Nashville, Jardim Serraville, Moreninha II e Jardim Colorado.
A companhia pede aumento nos valores previstos e solicitou a desistência dos nove prédios que ainda não começaram. Tavares explica que está aguardando desfecho nas negociações. Caso o contrato seja rescindido, o município pretende pedir à União para assumir as obras.
O problema é que a metodologia prevista na licitação, com materiais mais baratos, não é a mesma usada pela prefeitura. Os centros que o município costuma fazer custam em torno de R$ 4 milhões. Assim, para o plano dar certo, o Governo Federal precisa autorizar a redução na quantidade de Ceinfs de 13 para cinco.
A Casa Alta foi procurada pelo Campo Grande News, mas ninguém da empresa foi encontrado para comentar os problemas relacionados às obras até a publicação desta reportagem.
Ritmo lento – Devem ser entregues ainda em 2015 as unidades do Jardim Moema, que já está 99% concluída, e do Jardim Noroeste, 85%.
Estão paralisadas por falta de recursos as creches do Zé Pereira, Vila Popular, Jardim Talismã, São Conrado, Jardim Centenário, Núcleo Industrial, Vespasiano Martins e Jardim Anache. A unidade do Tijuca II aguarda liberação de aditivo para que a empresa responsável termine.
Já o centro do Oliveira III já teve recursos liberados e falta apenas o repasse. O do Jardim Radialista depende de readequação da planilha para obtenção de mais verbas.
Incômodo – A dona de casa Rita Espírito Santo Soares, 58 anos, mora em frente às obras do Ceinf Jardim Noroeste. “Faz falta o local funcionando. Demora muito para conseguir vaga e tem só uma creche próxima que concentra as crianças”, afirma.
Ela conta que a nora solicitou vaga para a filha aos sete meses de gestação, mas só conseguiu quando a menina fez 2 anos. “Estamos esperando a conclusão desde o ano passado. Não sabemos quando será entregue”, relata.
Angélica Gomes de Souza, 28 anos, gerente de uma loja de fast food reclama do descaso. “Tem milhões (exagerando) de crianças no bairro em busca de uma vaga", opina.
Marlene dos Santos, 58 anos, é vizinha ao canteiro de obras da creche no Jardim Nashville, uma das que estão sob a responsabilidade da Casa Alta. “Nós temos que levar as crianças na Alves Pereira. Tem vizinho que nem sabe que está sendo construído. É um caos”, completa.