Família espera quase 40h para velar corpo de jovem e reclama de descaso
Além da tristeza por perder um familiar, parentes de Wolker dos Santos Silva, 20 anos, também estão revoltados por ter que esperar 39 horas para começar o velório do jovem, que foi morto a tiros por volta das 23h de sábado, no Jardim Noroeste, em Campo Grande. De acordo com familiares, o corpo chegou à residência da irmã dele, onde está sendo velado, às 14h50 desta segunda-feira (28).
Segundo a tia de Wolker, Neide dos Santos, o corpo só foi liberado do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) de Campo Grande às 10h desta segunda. De lá, foi para a funerária Pax Mundial, onde o corpo foi preparado.
"Só ontem fomos lá no IMOL quatro vezes e cada vez era uma desculpa diferente. Carro e moto tem um monte lá no pátio, mas, gente pra atender é um só, e bem mal. A gente paga tanto imposto para não ter um apoio nem uma resposta numa hora difícil dessas?", comentou pastor Francisco, um dos tios de Wolker.
O sepultamento de Wolker está previsto para acontecer amanhã a tarde, mas sem hora marcada ainda, no cemitério Cruzeiro, também conhecido como São Sebastião, em Campo Grande.
A reportagem do Campo Grande News tentou entrar em contato com o IMOL, mas ninguém atendeu ou retornou às ligações até o fechamento desta.
Crime – Wolker morreu com oito tiros, sendo pelo menos dois na cabeça e um no tórax, na noite de sábado durante um show em uma conveniência, na Rua Indianópolis, no Jardim Noroeste, em Campo Grande. Além dele, dois outros homens ficaram feridos: Willian Pinheiro dos Santos, 18, foi ferido com tiro na perna e encaminhado à Santa Casa, onde passou por cirurgia, e Leonardo Félix da Silva, 36, foi atingido de raspão na perna direita, mas não precisou de atendimento.
De acordo com boletim de ocorrência, as vítimas estavam na conveniência Paraná assistindo a um show musical quando os suspeitos chegaram e um deles disparou diversas vezes contra Wolker. Depois do crime, o autor e mais dois comparsas fugiram em um veículo Gol, de cor prata.
Suspeitos - À polícia, Adriano Santos Silva, irmão de Wolker, contou que há anos, a vítima matou Cleiton Aparecido, também na Rua Indianópolis. Por causa disso, o irmão vinha sofrendo ameaças de uma pessoa conhecida na região como Dede Branco, que prometeu vingar a morte de Cleiton.
"Quando aconteceu de ele matar esse rapaz, ele só estava se defendendo. Suspeito a gente tem um monte, mas prefiro deixar para a Polícia e para a Justiça resolverem", declarou Adriano.
O delegado Fabiano Nagata, titular da 3ª DP, que investiga o caso, ainda não identificou suspeitos.