Famosa nas redes sociais, dentista acumula pedidos de indenização por erro
Profissional tem mais de 150 mil seguidores no Instagram e ao menos 7 denúncias por problemas em procedimentos
Conhecida nas redes sociais, a cirurgiã-dentista Iolanda Lídia Negrão, está sendo processada e investigada por ao menos sete casos de erro em procedimentos estéticos, que vão de rinomodelação a retirada de excesso de pele de pálpebras. O caso mais recente foi registrado em julho deste ano por paciente que teve problemas após lifting facial, plástica para rejuvenescer rosto e pescoço, diminuindo a flacidez da pele.
RESUMO
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Uma cirurgiã-dentista, famosa nas redes sociais, enfrenta sete processos por erros em procedimentos estéticos, incluindo rinomodelações e lifting facial. Pacientes relatam danos graves, como nariz quase fechado após rinomodelação com prótese não autorizada, desvios de septo, secreção fétida e cicatrizes desfigurantes. As pacientes alegam procedimentos realizados em consultório, sem exames prévios, e pedem indenizações por danos morais, estéticos e materiais. A dentista ainda não se manifestou sobre as acusações, que estão sob investigação.
Uma das mulheres afirmou em ação que contratou uma rinomodelação em maio de 2021. Ela foi informada pela dentista que o procedimento seria realizado com ácido hialurônico e cartilagem do próprio nariz, sem necessidade de prótese, motivo pelo qual aceitou a realização. Porém, depois de um tempo, notou que havia uma ponta saliente no local e foi surpreendida com o que descobriu.
Segundo a paciente, ela entrou em contato com a dentista e, quando foi novamente atendida para reparo do procedimento, descobriu que havia sido colocada uma prótese de porex sem sua autorização e consentimento. Houve uma tentativa de resolver o problema, mas até o ano passado a mulher tinha a sensação de que teria a pele rasgada por conta da elevação pontiaguda que ficou da prótese.
Ela tentou novamente contato com Iolanda, mas não foi atendida e, então, procurou um médico cirurgião que constatou as irregularidades no procedimento que foi feito sem autorização. Ela pediu R$ 10 mil pelos danos morais, o mesmo valor por dano estético e mais R$ 8,8 mil em reparação ao que pagou pela cirurgia.
Assim como ela, outra paciente fez rinoplastia com a dentista em junho de 2022, após o procedimento ela procurou um médico e ele constatou que houve desvio de ponta no nariz, além de outras irregularidades. A mulher relatou que estava com secreção fétida saindo do local da cirurgia.
“O médico ficou chocado com o ocorrido e disse que o procedimento só poderia ter sido feito por um cirurgião e em ambiente hospitalar após diversos exames”, diz parte da petição que destaca que o profissional solicitou uma cirurgia de urgência para evitar maiores riscos. Um terceiro profissional foi procurado e o laudo foi o mesmo.
Pelos problemas, ela pede indenização de R$ 100 mil por danos morais, pelo menos R$ 20 mil pelo dano estético e mais R$ 7 mil pago pelo procedimento feito pela dentista e os R$ 34, 5 mil da nova cirurgia.
A mesma irregularidade foi constatada ainda em outras duas pacientes que fizeram o procedimento no nariz com a dentista. Uma delas entrou com pedido de indenização e pediu R$ 100 mil pelo dano moral, R$ 20 mil pelo estético e mais R$ 9 mil pelo valor pago à acusada e os R$ 34,5 mil da nova cirurgia.
A outra apenas registrou boletim de ocorrência, em novembro de 2021. Todas as pacientes afirmaram que os procedimentos eram feitos na cadeira do consultório, sem pedidos de exames.
Outros procedimentos – O caso mais recente registrado contra a dentista foi em julho deste ano. Conforme o boletim de ocorrência, a paciente fez um lifting facial com a profissional e, durante a recuperação, teve problemas de acúmulo de líquidos na cicatriz. À polícia, ela afirmou que procurou a acusada para um resolver o problema, mas não foi atendida.
Outro caso, a paciente fez procedimento na papada e precisou esperar um tempo para a colocação de fios de sustentação. Ela ainda fez rinomodelação com a dentista e também preenchimento labial. Tudo aconteceu nos anos de 2021, 2022 e 2023, mas ela acabou descobrindo que o pescoço havia sido mutilado por conta das marcas visíveis na região.
A mulher também afirma que tentou contato com a dentista porque havia sido informada que o procedimento seria pouco invasivo, mas não foi atendida. Por isso, entrou com pedido de indenização de R$ 100 mil pelos danos morais, mais R$ 100 mil pelo dano estético e mais R$ 74.641,52 pelos danos materiais.
Por fim, paciente fez procedimento para remoção de pele das pálpebras e relatou em pedido de indenização que acordou recebendo lifting facial não previsto no contrato. Todo o procedimento foi realizado dentro do consultório e ela teve complicações. A dentista tentou marcar um reparo em menos de um mês e ela ficou com receio, por se sentir “insegura” com a profissional. Para este caso há audiência de conciliação marcada para janeiro de 2025,
Uma oitava paciente procurou o Campo Grande News e relatou ter sido intimidada e coagida pela equipe jurídica da dentista para não registrar o boletim de ocorrência. De acordo com a vítima, ela quase perdeu o nariz, mas conseguiu consulta com um médico de São Paulo para fazer a retirada da prótese. “Foram muitas vidas destruídas por essa criatura. Ela vende uma coisa nas redes sociais e faz outra dopando a gente”, disse a mulher.
A reportagem entrou em contato com a dentista pelo telefone divulgado em suas redes sociais, mas até o momento não obteve retorno. O espaço segue aberto. A profissional ainda é investigada e não foi condenada em nenhum dos casos levados à Justiça.
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