Filho diz ter bebido e sofrido "apagão" antes de golpear a mãe até a morte
Adão Alves de Sales, de 45 anos, estava em clínica de reabilitação e tinha voltado a morar com a idosa 10 dias antes
Adão Alves de Sales, de 45 anos, que matou a mãe Antônia Sales, de 72 anos, a golpes de facão na tarde dessa quinta-feira (9), disse à polícia que não se lembra de nada. Ele alega ter sofrido "apagão". Se recorda de ter visto um vizinho entrando na casa da idosa e depois de ter tentando cortar o próprio pescoço.
Conforme apurou o Campo Grande News, no depoimento, Adão revelou que havia bebido. Ele afirmou que é alcoólatra e estava numa clínica de reabilitação. Mas, há cerca de dez dias, o projeto social que mantinha o programa para tratamento de dependentes químicos mandou os internados para casa, porque não tinha mais condições de mantê-los seguros diante da pandemia do coronavírus.
Adão voltou a morar com a mãe e a ajudava a cuidar de uma horta no Parque Lageado, bairro do sul de Campo Grande. Com a venda dos hortifrútis, os dois conseguiam cerca de R$ 80 por dia.
O filho contou que ontem estava na horta, mas à tarde foi comprar bebida e cigarro. Ele diz se lembrar de estar sentando e bebendo debaixo de uma mangueira à beira do córrego na Marginal Lageado, em frente à casa da mãe, quando viu o vizinho entrar na residência.
Depois disso, não se lembra de mais nada. Ele contou ainda que só percebeu o corpo da mãe quando a polícia chegou.
Na tarde de ontem, vizinhos chegaram a dizer à reportagem que Adão sofre de esquizofrenia. Os próprios policiais militares que atenderam a ocorrência registraram no boletim que o “suposto autor não soube relatar sua versão dos fatos apresentando apenas comportamento insano”.
A idosa foi gravemente ferida no pescoço e na cabeça e não resistiu aos ferimentos. O vizinho conseguiu fugir.
Equipes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e do Corpo de Bombeiros foram chamadas para o socorro e Adão foi levado algemado e ensanguentado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Leblon.
Depois de tratado, ele foi encaminhado, preso em flagrante, para a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). O caso é investigação como feminicídio.