"Foi por bobeira", diz vizinha de homem que teve o rosto desfigurado por dupla
Acusado de atropelar criança, homem foi seguido e morto com golpes de capacete na cabeça
Neido Rodrigues de Brito Júnior, 38 anos, teve o rosto desfigurado depois de receber vários golpes de capacete na cabeça na noite deste domingo (28), em Campo Grande. O crime foi motivado sob acusação de que Neido havia atropelado uma criança momentos antes, fato que não aconteceu, de acordo com testemunhas.
Descascadora de mandioca, jovem de 28 anos presenciou as agressões. Ela contou que Neido é conhecido no Bairro Conjunto Residencial Mata do Jacinto e na noite de ontem, foi estacionar a moto, quando a criança passou atrás. "Ele foi estacionar de moto e a criança passou atrás, mas nem encostou nela, foi só o susto. O menino caiu sozinho e voltou a brincar", disse.
Em seguida, Neido foi até outro local, distante cerca de um quilômetro do suposto atropelamento, onde começou a conversar com um conhecido. "Eles sentaram na frente e ficaram conversando, aí um outro rapaz chegou e pediu a moto dele emprestada para comprar droga", revela.
O rapaz pegou a moto de Neido e quando chegou no local para comprar drogas, foi confundido. "Como ele estava com a moto do Neido, confundiram, colocaram a arma na cara dele. Quando foi embora, não percebeu que foi seguido", diz a jovem.
Ao devolver a moto, o rapaz avisou Neido. "Ele falou 'estão atrás de você, vão te matar', mas em seguida, eles [autores] chegaram já batendo". A jovem afirma que não havia como ajudar. "Se a gente entrasse na frente, eles iam bater na gente também", lamenta. "Foi uma maldade, por bobeira, ele nem chegou a atropelar a criança".
Neido foi espancado e teve o rosto desfigurado. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel) foi acionado, mas não houve tempo de socorro e o homem morreu no local. A dupla acusada pelo crime é procurada pela polícia.
A morte de Neido foi registrada na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro como homicídio qualificado pela traição de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido. Neido era considerado evadido do sistema prisional e já respondeu na Justiça de Mato Grosso do Sul por apropriação indébita, furto e dois furtos qualificados.