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Capital

Gerente nega favorecimento em vacinação e alega danos pessoais

Fernanda Mathias e Alberto Dias | 14/06/2016 10:22
Delegado agora vai intimar responsáveis por distritos  (Foto: Arquivo/Silas Lima)
Delegado agora vai intimar responsáveis por distritos (Foto: Arquivo/Silas Lima)

Ao deixar o 1º Distrito Policial, acompanhada do advogado Luiz Carlos Bueno, a gerente Técnica do Serviço de Imunização da Sesau, Cássia Tiemi Kanoaka, negou veementemente qualquer favorecimento na vacinação contra o vírus H1N1 e disse que a denúncia de que teria facilitado a imunização de 35 pessoas no gabinete do prefeito, Alcides Bernal (PP) trouxe a ela danos pessoais e por isso vai tomar “todas as medidas cabíveis”.

O advogado de Cássia relatou que ela foi surpreendida pelas notícias veiculadas na mídia sobre a denúncia, registrada pelo jornalista Carlos Roberto Pereira, no dia 03 de junho. O inquérito para apurar se houve crime de peculato foi instaurado no dia 07 de junho.

Ao delegado Fabiano Nagata, Cássia explicou sobre a rotina de distribuição de vacinas, que são distribuídas pelo governo federal às secretarias estaduais, que as entregam às secretarias municipais. Uma vez com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), as doses foram distribuídas aos quatro distritos da Capital e a partir deste momento o processo já não cabe mais à gerente e sim aos responsáveis pelos distritos.

Ainda nesta semana o delegado deve intimar esses gerentes para que prestem depoimentos.
Este foi o primeiro depoimento colhido no inquérito. “Foi importante para entender como funciona a distribuição, mas é cedo para tirar conclusões sobre o caso”, disse o delegado. No período da tarde, a polícia vai ouvir a assessora do prefeito, Márcia Scherer, que também integra a lista.

Denúncia – A denúncia de crime de peculato foi feita no dia 3 de junho. O jornalista alega ter provas e uma lista com 35 nomes de pessoas que teriam sido imunizadas no gabinete dia 18 de maio. Ele conta que no mesmo dia tentou imunizar a sobrinha, de 22 anos, que está em tratamento contra o câncer e por isso se enquadra no grupo prioritário, mas recebeu informação de que não haveria mais vacina na rede pública de saúde.

O inquérito para apurar a denúncia foi instaurado dia 07 de junho, quando Carlos prestou novo depoimento à polícia.Carlos também acionou os ministérios público Estadual e Federal. O caso é investigado, ainda, na CPI (Comissão Parlamentar de Investigação) da Câmara de Vereadores, que apura o sumiço de vacinas.

Sem fundamentos - Ao Campo Grande News, a prefeitura alegou que Carlos “tem motivação política, inclusive esteve na Câmara Municipal fazendo denúncias contra o prefeito sem nenhuma comprovação”. A Prefeitura diz que não há fundamentos para a denúncia e aponta “onda de boatos sobre sumiço de vacinas” lembrando que foi instaurada sindicância pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) para apurar o caso.

Recentemente, a reportagem mostrou a vacinação de grupos não prioritários, falha apontada inclusive pelo governo estadual como responsável pela falta da doses para que todos que integram o grupo de risco fossem imunizados.

A Sesau não explicou onde estão pelo menos três mil doses, diferença entre o volume repassado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) e a cobertura vacinal.

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