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Capital

Golpe do “falso link” cresce e delegado pede mais atenção no uso da internet

Vítimas acreditam que estão no site oficial da empresa, mas o endereço eletrônico foi criado por estelionatários

Bruna Pasche | 12/01/2019 10:10
Site com o anúncio de uma promoção de televisão era idêntico ao original da empresa. (Foto: Direto das Ruas)
Site com o anúncio de uma promoção de televisão era idêntico ao original da empresa. (Foto: Direto das Ruas)

Na mesma velocidade com a qual a tecnologia tem se modernizado, os golpes aplicados a sociedade que dela se valem também avançam. Estelionatários têm procurado cada vez mais suas vítimas na internet e criaram o golpe do “falso link”: com uma página na internet idêntica a da empresa procurada, criam falsas promoções e, depois do golpe concluído, desaparecem. Só nos primeiros dias de 2019, o Estado registrou 65 casos desse tipo de crime.

“Você pesquisa algo na internet e depois aparece no seu e-mail uma empresa anunciando a promoção daquilo que você queria. Ao clicar, a página é igual a do site oficial e a pessoa acaba caindo por não pesquisar o item específico no site original e não ler o destinatário do boleto. É um dos golpes mais modernos e utilizados agora”, explicou o delegado Ricardo Meirelles, da 5ª Delegacia de Polícia Civil da Capital, sobre os novos golpes.

O bancário Luka Morais, de 24 anos, foi vítima dos criminosos, ao comprar uma televisão de quase R$ 2 mil em julho do ano passado. “Estava pesquisando por TV na internet e chegou um e-mail do Walmart para mim com uma promoção de uma de 60 polegadas. Quando abri o site era idêntico ao original, então emiti o boleto e paguei no cartão de crédito. Mas, por precaução, pedi para um amigo que trabalha no banco checar o CNPJ que aparecia e, de fato, existia. Depois, ainda desconfiado, liguei para pedir o estorno e fui informado que não poderia porque não tinha sido uma transação online. Quando entrei para ver o site de novo, o link direcionava para uma página que não existia”, contou.

Anúncio chegou no e-mail da vítima depois de uma busca pelo produto na internet. (Direto das Ruas)
Anúncio chegou no e-mail da vítima depois de uma busca pelo produto na internet. (Direto das Ruas)

Um golpe antigo, mas que vem sendo modernizado é o “sequestro relâmpago”. Com o reforço na segurança das agências bancárias, os bandidos têm evitado levar as vítimas a tais locais, forçando por fazer as transições de dinheiro usando aplicativos do celular. “Por isso orientamos não usarem esses apps nos celulares comuns e que limitem os valores das transações”, disse o delegado.

“O estelionatário se adapta para iludir a vítima: a região que ela vive, classe social, nível de instrução. Para cada tipo de gente, tem um golpe. Assim como as coisas evoluem, os golpistas também vão se adaptando as novas tecnologias e evoluindo”, complementou.

Conforme o delegado, nos casos de falso sequestro e o golpe do carro quebrado, a colheita de informações feita pelos bandidos geralmente acontece pelas redes sociais e também por celulares perdidos. “A recomendação é que ninguém anuncie que está indo viajar ou esperando alguém chegar e também não caracterize as pessoas na hora de salvar o contato, apenas o primeiro nome”.

Com 65 casos de estelionato registrados em 2019, delegado alerta que é preciso ficar atento as promoções que parecem únicas e tentadoras. (Foto: Henrique Kawaminami)
Com 65 casos de estelionato registrados em 2019, delegado alerta que é preciso ficar atento as promoções que parecem únicas e tentadoras. (Foto: Henrique Kawaminami)

Meirelles explica ainda que os casos são comuns e recorrentes, já que o estelionatário vende a ilusão de que a oportunidade é única e você não pode perder. “Eles atuam para que a pessoa aja no impulso, por isso as promoções ou negociações são feitas com prazos: ou expiram em meia hora ou ele diz que está negociando com outras pessoas também”. 

De acordo com dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), apesar de 2018 ter apresentado uma diminuição no registro dos crimes de estelionato, de 4.650 para 4.562 –88 casos a menos e uma média de 12 vítimas do golpe por dia–, os dez primeiros dias de janeiro já registraram 65 casos.

“Os casos subnotificados existem. As vezes não procuram a polícia porque pensam que é algo pequeno que podem resolver e depois ficam constrangidos por terem caído no golpe, então a gente que aconselha que em caso de qualquer suspeita, a pessoa venha até a delegacia porque nossa maior satisfação é quando alguém nos procura antes e conseguimos evitar o golpe”, concluiu o delegado.

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