Governo desiste de batalhão da PM e devolve antigo prédio do Incra à União
Em ponto nobre da cidade, prédio público vai “comemorar” uma década de abandono
Localizado em ponto nobre de Campo Grande, prédio do antigo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), na Avenida Afonso Pena, será devolvido pelo governo de Mato Grosso do Sul para a União. Em novembro de 2020, a administração estadual e a autarquia do governo federal firmaram contrato oficializando a cedência do imóvel por 20 anos.
O local deveria ser o novo endereço do 1º Batalhão da Polícia Militar. Contudo, neste fevereiro de 2023, a estrutura segue abandonada. Sem esclarecer o motivo, a SAD (Secretaria de Administração) informou que está em tramitação o processo de devolução do prédio ao órgão de origem.
Segundo a PM (Polícia Militar), a desistência foi por conta do alto custo para reforma do imóvel. “A Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul informa que o imóvel citado pertence ao Incra, porém, em 2020 foi cedido à PMMS para instalações de uma unidade policial. A instituição realizou uma análise de viabilidade e declinou da cedência, em virtude do alto custo dos reparos e adequações nas instalações”, diz a nota da corporação enviada à reportagem.
Mais uma vez à deriva, o prédio, localizado perto da Rui Barbosa, Centro da Capital, virou um “elefante branco”, a expressão popular que define algo grandioso, mas que provoca muitos problemas.
Com os portões de ferro trancados com correntes, é possível observar da calçada o estado de degradação do prédio. O lixo se acumula na área interna e, pelos vidros quebrados, fica visível que o forro está cedendo nas salas. Durante a noite, a calçada em frente ao local vira ponto de passagem para dependentes químicos.
O imóvel está fechado desde 2013, após ter condições reprovadas pelo Corpo de Bombeiros. Depois de sediar por mais de 15 anos a sede do Incra, o prédio foi considerado sem acessibilidade e condições de trabalho, conforme relatório do MPT (Ministério Público do Trabalho). A reportagem não conseguiu contato com o Incra.
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