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Capital

Grávida estava escondida do ex-marido quando mãe foi assassinada

A vítima foi encontrada morta pelo filho na casa onde vivia, após ser esganada.

Geisy Garnes e Liniker Ribeiro | 27/12/2018 15:52
Suspeito está foragido desde o dia 25 de dezembro (Foto: Reprodução Facebook)
Suspeito está foragido desde o dia 25 de dezembro (Foto: Reprodução Facebook)

Por medo do ex-marido, a filha de Alzai Bernardo Lopes, de 59 anos, estava escondida quando a mãe foi assassinada pelo genro, o pedreiro Wantuir Sonchini da Silva, de 41 anos, na madrugada do dia 25 de dezembro. Grávida de cinco meses, a mulher decidiu se separar no começo do mês, mas era constantemente ameaçada pelo suspeito.

Segundo a delegada Sueili Araújo Lima Rocha, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), Wantuir e Fabiana Lopes dos Santos, filha da vítima, foram casados por 18 anos. O casal tem uma filha de 12 anos e a mulher está grávida de cinco meses. “Ele era dependente de cocaína e toda vez que fazia uso do entorpecente agredia a mulher”.

A separação veio no início de dezembro, e desde então as ameaças se intensificaram. Fabiana procurou a polícia duas vezes durante o mês, no dia 7 por ter sido agredida e no dia 11, quando viu o ex-marido atear fogo em sua casa. Duas medidas protetivas foram decretadas pela justiça, que nunca encontrou o suspeito para notificá-lo.

Com medo de novas agressões, a mulher decidiu se esconder. No dia em que a mãe foi morta, Fabiana recebeu mensagens do ex-marido. Eram cerca de 2 horas do dia 25 de dezembro quando o suspeito começou a perguntar onde ela estava, com a desculpa de que precisava conversar sobre “divisão de bens”.

Delegada Sueili Araújo Lima Rocha responsável pelo caso (Foto: Kisie Ainoã)
Delegada Sueili Araújo Lima Rocha responsável pelo caso (Foto: Kisie Ainoã)

Para a polícia, foi exatamente a tentativa de descobrir o paradeiro da ex-mulher que levou Wantuir a casa de Alzai Bernardo naquela madrugada. Mesmo sem os laudo da perícia, indícios encontrados no local do crime mostram que a vítima tentou de defender as agressões e que o assassinato aconteceu depois das mensagens enviadas a Fabiana.

“Quando ela foi encontrada o corpo ainda estava quente, tanto que a família pensou que ela havia passado mal e tinha desmaiado. Eles tiraram ela do chão e colocaram na cama, mas quando o Corpo de Bombeiros chegou não tinha mais o que fazer, ela já estava morta”, lembrou a delegada.

A suspeita é de que Alzai se negou a contar onde a filha estava e por isso entrou em luta com o ex-genro. Na briga, a vítima ainda arrancou uma pulseira de couro do braço do suspeito, objeto usado mais tarde para identificar o autor do crime.

“O homicídio está claro, por mais que o laudo não esteja concluído, não tem como a autoria recair sobre outra pessoa. A pulseira foi encontrada ao lado do corpo, possivelmente ele nem reparou”, afirma a delegada.

Equipes da Deam seguem nas buscas pelo suspeito, já que a preocupação é com a segurança de Fabiana. “Foram oferecidos abrigos para ela nas duas situações, do incêndio e do assassinato, até porque enquanto ele estiver foragido ela está em perigo”, detalhou a delegada. Nas duas situações, ela rejeitou a ajuda, afirmando que tinha onde ficar.

Vítima foi encontrada pelo filho às 6 horas do dia 25 (Foto: Marina Pacheco)
Vítima foi encontrada pelo filho às 6 horas do dia 25 (Foto: Marina Pacheco)

Caso - Alzai foi encontrada morta com sinais de esganadura. Um dos filho dela, Jurcilei, relatou que passou o Natal na residência de um familiar com a mãe e por volta das 23h30 a deixou em casa e foi embora.

Por volta das 6h30 do dia 25, o irmão dele que estava trabalhando de vigia noturno, chegou e encontrou Alzai caída no chão do quarto. Ainda conforme Jurcilei, não havia sinais de arrombamento e nada foi levado. No entanto, ele encontrou um pé chinelo em um dos cômodos do imóvel que não pertencia à mãe e sangue no portão do imóvel ao lado.

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