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Capital

Greve afeta 30% dos atendimentos e cirurgias agendadas na Santa Casa

Todos os atendimentos e cirurgias cancelados serão remarcados, garante a administração do Hospital.

Richelieu de Carlo e Yarima Mechi | 14/06/2017 10:41
Médicos paralisaram atividades na Santa Casa. (Foto: Marcos Ermínio)
Médicos paralisaram atividades na Santa Casa. (Foto: Marcos Ermínio)

A paralisação parcial das atividades dos médicos, que teve início na terça-feira (13), levou ao cancelamento de 30% dos atendimentos ambulatoriais e cirurgias eletivas, aquelas agendadas previamente, na Santa Casa de Campo Grande. Todos serão remarcados, segundo a administração do hospital.

Conforme o diretor-presidente da Associação Beneficiente de Campo Grande, instituição gestora da Santa Casa, Esacheu Nascimento, a greve não tem afetado tanto os atendimentos, já que apenas uma minoria aderiu à paralisação.

O hospital realiza diariamente entre 25 e 30 cirurgias eletivas, aquelas marcadas previamente, e 5 mil consultas ambulatoriais por mês. Ao todo, são 750 médicos, entre celetistas, autônomos e pessoas jurídicas, que atendem no hospital.

Cerca de um terço cruzaram os braços para reclamar atrasos salariais e o não pagamento de horas extras.

Esacheu diz que essa situação ocorre porque a Prefeitura de Campo Grande não fez o repasse integral deste mês, tendo enviado apenas R$ 9 milhões, dos R$ 20 milhões referentes à verba do município, estado e federação. Ao todo, a folha com pessoal é de R$ 13,5 milhões.

“O poder público é nosso principal contratante e são eles que não estão pagando os serviços prestados pelos trabalhadores. Não nos pagam no quinto dia util e nos deixam sem condições de pagar os funcionários”, afirma Esacheu.

Na segunda-feira (12), o MPT/MS (Ministério Público do Trabalho) protocolou pedido na 3ª Vara do Trabalho para pagamento imediato de salários, como forma de evitar a greve. Na Santa Casa, são 250 médicos contratados pelo regime da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e 400 médicos autônomos.

Para Esacheu, a ação civil do ministério é “nula de pleno direito”, já que os médicos contam com sindicato próprio que poderia ingressar com a ação, sem a necessidade do envolvimento do MPT.

Esacheu Nascimento, diretor-presidente da Santa Casa. (Foto: Marcos Ermínio)
Esacheu Nascimento, diretor-presidente da Santa Casa. (Foto: Marcos Ermínio)

Em reunião ontem, o hospital prometeu quitar os débitos ainda este mês, exceto os vencimentos extras, e ainda propôs a mudança do dia de pagamento.

As propostas da Santa Casa serão votadas nesta quarta-feira (14) pelos médicos, em assembleia do Sinmed (Sindicato dos Médicos) no próprio hospital, a partir das 19h. A intenção é pagar as férias vencidas dos médicos celetistas até a próxima segunda-feira (19), enquanto até o dia 26 devem ser pagos os salários em atraso.

Pagamento dia 20 - Outra mudança que irá para discussão na assembleia é a data de pagamento. A Santa Casa propôs uma mudança, do atual 5º dia útil mês, para todo dia 20. Assim, explica o hospital, será possível resolver um problema de fluxo de caixa que existe, sendo o período do início do mês o que mais "penaliza" a instituição.

Porém, a mudança que teria validade de oito meses, além de aprovada em assembleia no Sinmed, vai precisar ser autorizada pela Justiça, já que a medida vai contra a lei atual, que prevê pagamento até o 5º dia útil.

Para isso, já foi ajuizado uma ação na Justiça Trabalhista, com acompanhamento do MPT (Ministério Público do Trabalho). Na próxima segunda-feira (19), às 13h, acontecerá a primeira audiência para cuidar do mérito da ação.

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