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Capital

Greve dos médicos reduz em 44% atendimento em unidades de saúde

Profissionais paralisaram nesta segunda-feira e não têm data para normalizar escalas

Anahi Zurutuza e Yarima Mecchi | 27/06/2017 19:13
Recepção da UPA do Jardim Leblon em dia com maior demanda de pacientes (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Recepção da UPA do Jardim Leblon em dia com maior demanda de pacientes (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)

Com médicos em greve e, portanto, trabalhando em escala reduzida nos postos de saúde de Campo Grande, o número de atendimentos reduziu 44%.

De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), em quatro das sete unidades, 804 pacientes foram socorridos nesta segunda-feira (26), o primeiro dia da paralisação dos profissionais – 655 a menos que na segunda passada.

No dia 19 de junho, 1.459 pessoas haviam passado pelas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) do Jardim Leblon e dos bairros Universitário e Coronel Antonino, além do CRS (Centro Regional de Saúde) do Nova Bahia.

Demora - A espera para atendimento dos casos não urgentes já era manhã já nas primeiras horas da manhã de ontem. Alguns pacientes desistiram do atendimento.

De acordo com o SinMed-MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), 70% da categoria parou nas unidades ambulatoriais e 30% nas 24 horas.

Foi o caso da dona de casa Romilda Caetano, de 51 anos, que tinha uma consulta marcada para a manhã de ontem na UBS (Unidade Básica da Saúde) do Tiradentes, mas depois de duas horas esperando foi avisada que não seria atendida.

Ela contou ao Campo Grande News que chegou ao local antes das portas abrirem, às 5h30, e às 7h30 foi informada que ia ficar sem passar pelo médico. “O médico mesmo informou que não vai ter atendimento, que não é nem pelo reajuste e sim pelas condições de trabalho. Eles só irão atender a emergência”.

Funcionários de posto de saúde reunidos nesta segunda-feira, quando greve começou (Foto: Marcos Ermínio)
Funcionários de posto de saúde reunidos nesta segunda-feira, quando greve começou (Foto: Marcos Ermínio)

Greve – Na terça-feira (20), os médicos da prefeitura anunciaram que entrariam em greve caso não conseguissem um acordo com a administração municipal. A categoria já rejeitou duas propostas de reajuste e segue sem aumento de salário.

A segunda proposta da prefeitura foi de 6% de acréscimo no valor dos plantões e 30% na gratificação por desempenho. A discussão sobre o reajuste salarial já dura quase dois meses, sendo que os médicos solicitaram aumento de 27,5%, inicialmente.

Na sexta-feira (23), o juiz José Eduardo Neder Meneghelli, da 1ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos de Campo Grande, determinou a suspensão da greve, que ainda nem havia começado.

Para pedir que a Justiça impedisse a paralisação, a prefeitura alegou que não foram esgotadas todas as negociações e além disso, que os salários dos profissionais está em dia.

Na tarde desta segunda-feira, o SinMed recorreu da decisão, alegando que só o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) tem competência para julgar a causa.

Já o Executivo municipal, por meio da Procuradoria-Geral do Município, que que o juiz aumente o valor da multa diária por descumprimento da decisão dele de R$ 10 mil para R$ 100 mil. O pedido seria feito ainda na tarde de hoje.

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