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Capital

Médicos em greve terceirizam ‘protesto’ e recebem críticas

No Facebook, campo-grandenses questionam contratação de equipe para ‘lutar' por direitos da categoria

Anahi Zurutuza | 27/06/2017 16:37
De preto, equipe panfletava na região central pela manhã (Foto: André Bittar)
De preto, equipe panfletava na região central pela manhã (Foto: André Bittar)

O Sindicato do Médicos de Mato Grosso do Sul contratou equipe para pantlefar pela categoria nas ruas da região central de Campo Grande. Mas, a "terceirização" rendeu críticas negativas aos profissionais.

O SinMed defende a categoria informando que os trabalhadores estão cumprindo a carga horário, mas nos postos de saúde, apenas 30% do efetivo é mantido nos consultórios e salas de emergência para atendimento

Um vídeo que circula o WhatsApp diz ser contraditório a categoria exigir aumento de salário enquanto tem dinheiro para custear a panfletagem. Antes da mensagem de protesto contra a terceirização do movimento grevista, uma mulher aparece nas imagens questionando uma jovem que entrega a ela o panfleto. “O que você está ganhando?”.

A moça responde que pertence a uma empresa e explica em outro trecho que está de preto em sinal de luto pelo fato das equipes médicas nas unidades de saúde não estarem completas. Assista:

No Facebook, campo-grandenses também contestaram a terceirização. Uma das pessoas que destilaram críticas disse que “médicos são elitistas até na hora de protestar”.

Outra pessoa publicou em grupo de classificados do Facebook com 239,9 mil membros que a categoria está pagando para que outras pessoas lutem pelos diretos dela. “E ainda querem reajuste”, completou a integrante do canal.

Um terceiro usuário da rede social ironizou: “Atenção Campo Grande e região: devido à greve dos médicos, é proibido doente essa semana. Grato”.

Investimento - O SinMed também espalhou outdoors pela cidade. O sindicato, contudo, não divulgou o quanto investiu na impressão de panfletos, equipe para panfletar e outras ações publicitárias. 

O Campo Grande News apurou que a categoria contratou 15 pessoas para fazer panfletagem na frente da Prefeitura de Campo Grande. Na manhã desta terça-feira (27), o grupo se concentrava na esquina da avenida Afonso Pena com a rua 25 de Dezembro. 

A entidade também espalhou outdoors pela cidade. O SinMed, entretanto, não informou o quantgo investiu na impressão de panfletos, na contratação de equipe de panfletagem e em outras ações publicitárias.

Panfleto distribuído pelo sindicato (Foto: Direto das ruas)
Panfleto distribuído pelo sindicato (Foto: Direto das ruas)
Também pela manhã, terceirizados seguravam faixa de protesto em favor dos médicos (Foto: André Bittar)
Também pela manhã, terceirizados seguravam faixa de protesto em favor dos médicos (Foto: André Bittar)

Greve – Na terça-feira (20), os médicos da prefeitura anunciaram que entrariam em greve caso não conseguissem um acordo com a administração municipal. A categoria já rejeitou duas propostas de reajuste e segue sem aumento de salário.

A segunda proposta da prefeitura foi de 6% de acréscimo no valor dos plantões e 30% na gratificação por desempenho. A discussão sobre o reajuste salarial já dura quase dois meses, sendo que os médicos solicitaram aumento de 27,5%, inicialmente.

Eles alegam que o valor pedido corresponde à correção da inflação dos últimos três anos. No detalhamento dessa proposta, apresentada naquela terça, a categoria considerou a inflação de 22,94% de 1º de maio de 2014 a 29 de fevereiro deste ano, mais a inflação prevista para 2017, que é 4,15%.

Na sexta-feira (23), o juiz José Eduardo Neder Meneghelli, da 1ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos de Campo Grande, determinou a suspensão da greve, que ainda nem havia começado.

Para pedir que a Justiça impedisse a paralisação, a prefeitura alegou que não foram esgotadas todas as negociações e além disso, que os salários dos profissionais está em dia.

Na tarde desta segunda-feira, o SinMed (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) recorreu da decisão, alegando que só o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) tem competência para julgar a causa.

Já o Executivo municipal, por meio da Procuradoria-Geral do Município, que que o juiz aumente o valor da multa diária por descumprimento da decisão dele de R$ 10 mil para R$ 100 mil. O pedido seria feito ainda na tarde de hoje.

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