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Capital

Greve na rede municipal atinge 50% das escolas no retorno às aulas, diz ACP

Antonio Marques | 28/07/2015 11:58
Na Escola Municipal Dr. Tertuliano Meirelles, na Vila Marli, nem todos os alunos foram aceitos por falta de alguns professores que permanecem em greve (Foto: Fernando Antunes)
Na Escola Municipal Dr. Tertuliano Meirelles, na Vila Marli, nem todos os alunos foram aceitos por falta de alguns professores que permanecem em greve (Foto: Fernando Antunes)

A greve dos professores retomada hoje, com o retorno das aulas, atinge 50% das escolas da Reme (Rede Municipal de Ensino), segundo levantamento feito na manhã de hoje pela ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública). A Prefeitura deve divulgar somente à tarde um balanço sobre a quantidade de escolas paralisadas.

Conforme o presidente da ACP, Geraldo Alves Gonçalves, pelo menos 50% das escolas estão funcionando irregularmente, com paralisação parcial ou totalmente em greve, que é o caso de apenas três estabelecimentos. A outra metade já estaria com aula normal, com todos profissionais trabalhando. “Consideramos irregular aquelas escolas que faltam professores em algumas disciplinas e o aluno fica prejudicado”, explicou ele.

Pela manhã o Campo Grande News comprovou isso na Escola Municipal Dr. Tertuliano Meirelles, na Vila Anai (Bairro Caiçara), em que um pessoa ficava no portão informando os pais se a turma estava com aula normal ou em greve. Alunos do 1º ano, 5º e o 9º ano da tarde estavam sendo dispensados por conta dos professores estarem em greve. O presidente do sindicato disse que os diretores e a Prefeitura estão pressionando os professores para voltarem ao trabalho, mesmo sem o cumprimento da lei municipal.

Os professores decidiram ontem, em assembleia geral, pela continuidade da greve. Eles cobram do prefeito Gilmar Olarte (PP) o cumprimento da Lei Municipal 5.411/2014, que estabelece o reajuste de 13,01% do piso salarial nacional para 20 horas semanais. No primeiro semestre, a paralisação foi suspensa depois de 47 dias, a mais longa paralisação da categoria na história da Capital, por conta do período de férias.

A nova proposta da prefeitura, que previa reajuste de 8,5% em 10 vezes e condicionava o aumento à redução no gasto com pessoal, foi rejeitada pela categoria. Segundo o presidente da entidade, Geraldo Alves Gonçalves, a proposta do município piorou em relação a anterior, porque não prevê a retomada da negociação em outubro para o 4,5% restantes e ainda condiciona o reajuste ao gasto com a folha ficar abaixo do limite prudencial de 51,3% da receita, conforme prevê a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).

Em reunião ocorrida na manhã de hoje com o secretário Marcelo Salomão, na Semed (Secretário Municipal de Educação), Geraldo Gonçalves disse que percebeu a boa vontade do secretário, mas “parece que ele não tem autonomia para resolver a situação”, comentou, acrescentando que Marcelo Salomão não teria conseguido fazer parte da comissão de negociação da Prefeitura, que é comandada pelo secretário de Administração Wilson do Prado.

No início da tarde desta quarta-feira, 29, os professores vão cortar um bolo comemorativo de dois meses de greve, considerando o período de suspensão da greve nas férias, em frente à Prefeitura. E na quinta, programaram a Virada da Educação, com atividades das 8 horas da manhã até zero hora, na sede da ACP. Segundo o presidente da entidade vaõ acontecer palestras, debates, exibição de filmes e atividades culturais. "Se o secretário de educação conseguir convencer o prefeito a enviar nova proposta vamos avaliar em assembleia", comentou ele. A próxima assembleia geral da categoria está marcada para as 14 horas da próxima sexta-feira, no sindicato.

A reportagem ligou na Semed, que pediu para ligar na assessoria de imprensa do prefeito, que informou divulgar à tarde o levantamento sobre a paralisação nas escolas municipais. Procurado, o secretário Wilson do Prado não atendeu a ligação.

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