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Capital

Homem achado morto no Ceuzinho acumulava prisões por furto

Em menos de três meses ele foi flagrando duas vezes pelo crime. Nas duas, foi liberado em audiência de custódia

Geisy Garnes | 02/06/2020 16:35
No bolso de Jose foram encontrados dois isqueiros e um cachimbo para uso de droga (Foto: Marcos Maluf)
No bolso de Jose foram encontrados dois isqueiros e um cachimbo para uso de droga (Foto: Marcos Maluf)

José Carlos Braz, de 58 anos, encontrado morto na tarde deste domingo (31) na cachoeira do Ceuzinho, na saída para Rochedo, em Campo Grande, possuía uma longa ficha criminal. Em menos de três meses, entre novembro do ano passado e janeiro deste ano, ele foi preso em flagrante pelo furto de dois celulares na Capital.

Em novembro de 2019 José foi preso por furtar um iPhone avaliado em quase R$ 5 mil. Ele foi abordado pela Polícia Militar após tentar vender o aparelho em frente com Camelódromo de Campo Grande por um preço muito inferior ao de mercado. Enquanto tentava explicar onde conseguiu o celular, a verdadeira dona ligou e contou sobre o crime.

Para a polícia, a proprietária do aparelho detalhou que estava em um Studio de tatuagem no centro de Campo Grande quando o suspeito chegou e ofereceu balas a ela. Como ninguém no local comprou os doces, o vendedor foi embora. Pouco depois ela percebeu que havia sido furtada. José foi preso em flagrante, mas logo voltou as ruas por decisão judicial.

No dia 29 de janeiro foi novamente preso, dessa vez por um furto da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Leblon. Depois de pegar o iPhone de uma paciente que dormia na enfermaria, José tentou fugir e entregar o celular para uma mulher que esperava do lado de fora, mas acabou capturado por um guarda municipal.

Ele confessou o crime e foi levado para a delegacia. No dia seguinte passou por audiência de custódia e foi colocado em liberdade com a condição de comparecer em juízo a cada dois meses, não frequentar bares, boteco e casas de jogos e sair da cidade por mais de 30 dias sem autorização.

Também foi determinado que José frequentasse o programa Pop Rua, responsável pelo atendimento especializado à população em situação de rua, para auxílio assistencial.

O caso – José foi achado as margens do Córrego Ceroula com um ferimento profundo na cabeça e já sem vida. Seu corpo foi levado para o IMOL (Instituto Médico e Odontológico Legal), onde foi identificado através de exame papiloscópico. Segundo a polícia, ele é natural de Birigui, cidade do interior paulista.

A morte agora é investigada pela 2ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande. Segundo o delegado Camilo Kettenhuber Cavalheiro, equipes do SIG (Setor de Investigações Gerais) da unidade buscam informações sobre a vítima e também da possível motivação para o crime.

Conforme a perícia, a suspeita é de que José tenha sido morto com uma pancada na cabeça. Rastro de sangue encontrados na trilha indicam que a morte ocorreu no local em que o corpo foi encontrado. Nos bolsos da vítima, os policiais apreenderam dois isqueiros e uma “pipa”, cachimbo usado para consumo de crack.

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