Homem e 3 mulheres são levados à delegacia em ação sobre assédio na Prefeitura
Um ex-servidor, exonerado em 2021, foi levado para prestar depoimento
Policiais da Deam (Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher) cumpriram mandados de busca e apreensão em, pelo menos, dois endereços de Campo Grande. Os alvos não foram divulgados, mas o Campo Grande News acompanhou uma equipe da Deam na Rua Professor Xandinho, no Bairro São Lourenço.
Saíram do local 3 mulheres, que foram conduzidas à delegacia para depoimento. Segundo uma das vizinhas, o lugar é conhecido como casa de prostituição. "Nos últimos 6 meses, a gente só vê carrão estacionando ali, com um movimento grande", contou sob condição d e não ser identificada.
Um homem também foi preso durante a manhã e chegou à Deam em camburão, com envelope em mãos. A informação é de que ele seria um agenciador de garotas de programa. O homem aparece como ex-servidor da Prefeitura de Campo Grande, exonerado a pedido em 8 de julho de 2021. O endereço dele também fica na Rua Professor Xandinho, mas em número diferente do local onde estavam as jovens hoje.
Veja o momento em que o homem chega á delegacia:
A ação faz parte das investigações de denúncias de assédio sexual envolvendo o ex-prefeito e candidato a governador, Marquinhos Trad (PSD). Mas, a delegada Maíra Pacheco, responsável pelo caso, diz que não vai falar sobre o assunto.
A última operação do tipo ocorreu em 9 de agosto, para cumprimento de mandados de busca e apreensão no Paço Municipal.
Até o momento, 12 mulheres (e o marido de uma delas) procuraram a Polícia Civil com acusações contra o ex-prefeito. As vítimas têm entre 21 e 49 anos e os crimes estariam acontecendo desde 2005.
A investigação foi aberta após as primeiras denúncias, feitas por quatro mulheres: duas de 32 anos, outra de 31, e uma mais jovem, de 21 anos. Marquinhos Trad admitiu relações extraconjugais, mas negou crime, classificando como mentirosas as denúncias de assédio sexual atribuídas a ele e estratégias de adversários durante campanha eleitoral.
No dia 26 de julho, as advogadas Andrea Flores e Rejane Alves Arruda, que defendem o ex-prefeito, afirmaram que o cliente é vítima de uma armação “vergonhosamente política” e que uma cafetina arregimenta garotas de programa para denunciá-lo.