Hospitais não têm vagas para bariátrica e nem prazo para retomar essas cirurgias
Regional, único que ainda realiza o procedimento, não abriu vagas para novos pacientes
Os hospitais que realizam cirurgias bariátricas em Campo Grande estão superlotados e sem data para retomada normal desses procedimentos. O Regional já fez seis cirurgias este ano, mas apenas de pacientes que já estavam na fila desde 2020, primeiro ano da pandemia do novo coronavírus e não há previsão de novos.
Essas cirurgias são consideradas procedimentos eletivos, que são os que têm menor gravidade e podem esperar por agendamento, mas mesmo dentro dos eletivos, há os que estão aguardando há mais tempo ou em que há risco de piora do quadro de saúde, e assim, esses casos acabam tendo preferência.
Segundo a assessoria de imprensa do Hospital Regional, houve a retomada desses procedimentos e “as eletivas acontecem, de forma lenta, dentro das possibilidades do hospital” e que há superlotação dos centros cirúrgicos tanto com pacientes dos agendamentos quanto dos atendimentos de emergência.
Isso ocorre porque o HR deixou de atender exclusivamente os casos de covid-19 e está em andamento com o retorno dos demais procedimentos e do atendimento das demais especialidades. “As salas do Centro Cirúrgico ficam represadas com os pacientes que não conseguem ser transferidos para as UTIs, pois estão sempre cheias”, relata nota.
O hospital ainda informou em nota que houve criação de duas ilhas internas para atendimento de pessoas com covid-19, mas mesmo assim, “nossa demanda com pacientes com outras patologias sobrecarregam nossa ilha de UTI, impedindo que pacientes do Centro Cirúrgico deixem as salas e abram novas vagas para as eletivas”.
Universitário – O Hospital Universitário também realiza bariátricas, mas não foram retomadas ainda. O problema lá, além da superlotação, é que havia redução no número de anestesistas. “Elas não retornaram e enquanto as cirurgias eletivas não voltarem, elas não retornam também”, informa a assessoria do hospital.
A principal razão é a superlotação. “Vamos reavaliar com toda a equipe envolvida: cirurgiões, centro cirúrgico e CC2 na semana que vem se teremos condições de retornar”, informou a assessoria.
Sesau – Conforme a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), o andamento das cirurgias bariátricas dependem do fluxo dos hospitais. “Até o momento, em 2022, foi autorizada a internação para procedimento cirúrgico no Hospital Regional de seis pacientes que estavam aguardando para a realização de cirurgia bariátrica”, disse a secretaria.
Para se ter uma ideia, houve uma queda acentuada no número de procedimentos com a pandemia, sendo que em 2018, foram feitas 35 cirurgias em Campo Grande; 25 em 2019 e 23 em 2020, até o mês de março, quando todas as eletivas foram paralisadas.
No ano passado, ocorreram oito procedimentos no HR, entre outubro e dezembro. “O agendamento dos procedimentos varia de acordo com a agenda dos hospitais”, ressalta a Sesau, ressaltando que “desde 2021, todos os procedimentos realizados pelo SUS foram feitos no Hospital Regional, nos anos anteriores, a maior parte deles foi feita no Hospital Universitário, havendo também alguns poucos registros na Santa Casa e Hospital do Câncer Alfredo Abrão, além do HR”.