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Capital

Hospital justifica superfaturamento e cita devolução de R$ 9 mil

Helton Verão | 18/03/2013 19:51
Betina mostra valores devolvidos de acusação sob cobrança de pacientes falecidos (Foto: Marcos Ermínio)
Betina mostra valores devolvidos de acusação sob cobrança de pacientes falecidos (Foto: Marcos Ermínio)

A administração do Hospital do Câncer Alfredo Abrão justificou superfaturamento de valores e confirma que houve cobrança indevida de paciente que faleceu, mas que valor, cerca de R$ 9 mil já foi ressarcido, respondendo a denuncia do MPE (Ministério Público Estadual), em coletiva de imprensa concedida na tarde de hoje (18).

O MPE pediu o afastamento imediato de Adalberto Siufi, Blener Zan e Wagner Miranda da direção da fundação. Também são investigadas as acusações sobre a contratação de empresas de pessoas relacionadas aos diretores e o pagamento de valores acima do valor de mercado a parentes.

Sobre estas denúncias foi argumentada durante a coletiva que a "Saffar e Siufi" foi vendida a um grupo de Minas Gerais e que ele não oferecia todos os serviços necessários no hospital. “Foi necessário o contrato com a nova empresa a “Siufi e Saffar” que pertence sim ao Adalberto. Nunca escondemos que era dele, tanto que o nome é praticamente o mesmo”, explica a administradora do Hospital do Câncer, Betina Moraes Siufi Hilgert, que é filha de Adalberto.

Sobre os parentes, Adalberto afirma pagar o justo pelo o trabalho. “Tenho seis parentes que prestam serviços ao hospital. Ninguém tem contrato, pagamos o justo pelos procedimentos de cada um”, ressalta Siufi.

A administradora Betina afirma ter como padrão a Santa Casa da Capital, que oferece atendimentos semelhantes ao Alfredo Abrão e que foi necessário equiparar os reajustes a todos profissionais. “O MPE nunca pediu nenhum tipo de explicação, porque não existia problema. Essa investigação só está acontecendo porque alguns conselheiros que tem outros interesses se manifestaram, eles querem nos derrubar daqui”, afirma a administradora.

Segundo a administração, no dia 12, foi encaminhada uma cópia de documentos provando a ilegitimidade de oito conselheiros da Fundação Carmem Prudente de Mato Grosso do Sul, que teriam sido eleitos pro indicação.

Conforme promotora, empresa de diretor recebia tabela SUS mais 70%. (Foto: Marco Ermínio)
Conforme promotora, empresa de diretor recebia tabela SUS mais 70%. (Foto: Marco Ermínio)

O MPE (Ministério Público Estadual) pediu no último dia 14, por meio de liminar na Justiça, o afastamento da diretoria-executiva da Fundação, que administra o Hospital do Câncer. Os três diretores são acusados de superfaturar em até 70% o pagamento de procedimentos pelo SUS (Sistema Único de Saúde), de pagar tratamentos em pessoas mortas, de nomear de filhos por salários acima do mercado e de contratar empresas das quais são proprietários.

Segundo a promotora, o exemplo é o caso do procedimento maxilectomia total (tratamento cirúrgico dos tumores da maxila e regiões adjacentes), que custa R$ 4.956,14, mas a empresa de Adalberto Siufi receberia R$ 8.425,43.

A outra empresa contratada é a Elétrica Zan, de Blener e Wagner Miranda. Que Betina diz seguir o procedimento de sempre ter três orçamentos e fechar com o mais barato.

Além do afastamento definitivo dos três, a promotora pede para a eleição de novos dirigentes para comandar o Hospital do Câncer.

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