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Capital

"Invasão" a banco tem tiros e bombas durante simulação que durou 4 horas

Treinamento no Bairro Coronel Antonino mobilizou 1,2 mil policiais na madrugada desta sexta-feira

Ana Oshiro e Bruna Marques | 15/10/2021 06:43
Policial vestido como bandido para simulação de invasão em agência bancária. (Foto: Marcos Maluf)
Policial vestido como bandido para simulação de invasão em agência bancária. (Foto: Marcos Maluf)

Na madrugada desta sexta-feira (15), foi realizado o maior exercício simulado da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul em todo Estado, no Bairro Coronel Antonino, na Avenida Presidente Castelo Branco, esquina com as ruas Doutor Ferreira de Andrade e Coronel Antonino. Todo o trecho foi fechado para que a simulação de um ataque do crime conhecido como "novo cangaço" pudesse acontecer.

Com armas de grosso calibre em punho, explosivos, roupas pretas, capuz e toucas, policiais fortemente armados e muitas viaturas, a simulação durou cerca de 4h e contou com 1,2 mil policiais militares envolvidos, além de equipes da Polícia Civil, Polícia Federal e PRF (Polícia Rodoviária Federal).

“Como é um exercício simulado, nós buscamos chegar mais perto da realidade. Baseado em dados de crimes semelhantes em outros locais, pegamos um local semelhante aos que foram vítimas desse tipo de ocorrência”, explicou o sub-comandante do Bope (Batalhão de Operações Especiais) Ronaldo Moreira de Araújo. No vídeo abaixo, é possível ver o momento que os "bandidos" começam a tomar conta da agência.

A ação em frente ao Banco do Brasil durou cerca de 40 minutos, policiais vestidos como se fossem bandidos "invadiram" a agência e em menos de 20 minutos, toda Campo Grande foi fechada com viaturas em pontos estratégicos da cidade para impedir a fuga dos assaltantes. "Queremos evitar o confronto de grande magnitude, por isso, preferimos utilizar a inteligência e métodos elaborados pelo plano de segurança usando esses pontos estratégicos", disse o subcomandante.

Enquanto a simulação é feita nas ruas da Capital, outros policiais acompanham tudo no gabinete de crise, instalado no Comando Geral da PM, cronometrando e analisando cada passo. "A simulação visa a gente fazer a contenção de uma tomada de cidade, por isso, estão envolvidos praticamente todos os policiais de Campo Grande. Se acontecer um fato dessa relevância, estaremos preparados para conter os marginais que tentem fazer isso aqui”, contou o tenente-coronel Guilherme Dantas Lopes.

Treinamento contou com mais de mil policiais. (Foto: Marcos Maluf)
Treinamento contou com mais de mil policiais. (Foto: Marcos Maluf)

Toda a simulação foi feita com base no que aconteceu em outras três cidades brasileiras nos últimos anos, a mais recente foi em Araçatuba, no interior de São Paulo, em agosto passado. Também foram usados como base os assaltos em Ourinhos e Chapecó.

Segundo o tenente-coronel, a agência foi escolhida para a simulação como um dos pontos sensíveis da Capital, "agora, com o levantamento de dados que teremos no gabinete de gestão de crise, vamos poder compilar tudo, saber o tempo resposta, acionamento das viaturas, chegada das rotas de fuga da Capital, juntar tudo isso aí e melhorar ainda mais a nossa ação aqui”, explicou.

De dentro do gabinete de crise, o subcomandante do Comando de Policiamento Metropolitano, tenente-coronel Sá Braga, acompanhava a simulação e explicou que cada ponto azul no painel de controle corresponde a uma viatura da PM que está em serviço.

"O plano de defesa prevê que essas viaturas desloquem para pontos estratégico, eles se posicionam e nós ficamos acompanhando em tempo real qual é o direcionamento deles e dos bandidos. Em 20 minutos, toda Campo Grande foi bloqueada depois da primeira ligação informando sobre o 'assalto'", disse Sá Braga.

Em gabinete de crise, comandantes acompanham e cronometram simulação. (Foto: Marcos Maluf)
Em gabinete de crise, comandantes acompanham e cronometram simulação. (Foto: Marcos Maluf)

Plateia - Para não assustar a população da cidade, e principalmente os moradores da região, a PM avisou sobre a simulação com antecedência, muitos curiosos acompanharam o treinamento, entre eles, um grupo de oito amigos que saiu dos altos da Afonso Pena.

"Fiquei sabendo pelo WhatsApp e como a turma estava reunida, resolvemos vir pra cá todo mundo junto assistir. Estávamos em um encontro na Afonso Pena, que é de lei na quinta-feira. A expectativa é de uma coisa emocionante, com tiro, porrada e bomba, gente correndo, uma coisa realista. Nunca vi essa situação de perto", contou Igor Batisti, empresário de 24 anos.

Outro curioso foi o também empresário Wembley Guilherme, de 22 anos, "quero vê o piseiro. É bom aprender essas coisas, porque se um dia acontece, tá todo mundo preparado", disse ele.

A orientação da PM é que a população não saia de casa em situações assim, para evitar que existam feridos ou reféns durante um assalto dessa magnitude. O ideal, segundo os policias, é ficar em casa e se ouvir algum barulho, ligar para o 190.

Moradores e curiosos acompanharam simulação da PM em invasão à banco. (Foto: Marcos Maluf)
Moradores e curiosos acompanharam simulação da PM em invasão à banco. (Foto: Marcos Maluf)


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