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Capital

Investigados no "golpe do pneu" são indiciados por associação criminosa

O proprietário, João Lopes de Freitas, ainda deve responder por difamação contra delegada que foi vítima

Por Lucia Morel | 21/10/2024 07:12
Fachada da Champions Pneus na avenida Eduardo Elias Zahran. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Fachada da Champions Pneus na avenida Eduardo Elias Zahran. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Dono, gerente e funcionários da loja Champions Pneus, da Avenida Eduardo Elias Zahran em Campo Grande foram indiciados pela Polícia Civil por associação criminosa, estelionato e apropriação indébita. O proprietário, João Lopes de Freitas, ainda deve responder por difamação. O grupo do chamado “golpe do pneu” foi denunciado em março deste ano.

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O proprietário e funcionários da loja Champions Pneus em Campo Grande foram indiciados por associação criminosa e estelionato, após serem acusados de aplicar o "golpe do pneu". Vítimas relataram que, atraídas por preços baixos, acabaram enfrentando cobranças exorbitantes por serviços não solicitados, com um caso específico onde uma cliente recebeu uma conta de R$ 6,8 mil por serviços que não foram realizados. A investigação revelou um padrão de engano e coação, levando à prisão de João Lopes de Freitas e outros envolvidos, enquanto um laudo pericial confirmou que muitos serviços cobrados não foram executados, configurando estelionato.

Conforme relatório do delegado Giulliano Carvalho Biacio, foram identificadas 16 ações judiciais propostas em desfavor das empresas Champions Pneus, Nascar e Master, todas do mesmo grupo; 11 reclamações no Reclame Aqui;  e 18 boletins de ocorrência registrados por vítimas em desfavor das mesmas empresas.

Conforme o delegado, “diversos clientes, num curto período de tempo, foram lesados nas referidas empresas, através de mesmo modus operandi, revelando, portanto, se tratar de verdadeiro esquema criminoso que, por meio da ludibriação e coação, aplica golpes nos consumidores”.

“Em todos os casos, o cliente é atraído pelo preço baixo do serviço, no entanto, uma vez admitido o automóvel pela empresa, surgem diversos problemas não reclamados pelos consumidores e exigências de serviços não combinados anteriormente. Aliás, os clientes/consumidores sequer solicitaram "vistoria" no veículo conforme alegado pelos investigados que "aproveitam para que o cliente não precise retornar posteriormente e já apontam serviços que podem ser realizados no automóvel”.

O caso teve grande repercussão e a denunciante de março entrou na loja recebendo um primeiro orçamento de R$ 216,00 para troca de dois pneus e, ao sair, a conta havia chegado a R$ 6,8 mil por serviços que nem mesmo haviam sido liberados pela cliente.

Laudo da perícia no veículo em questão verificou inclusive “que a maior parte dos serviços cobrados na ordem de serviço de fls. 43 não foram realizados pela empresa, fato este que por si só configura o crime de estelionato, independente do dolo anterior quando do emprego do ardil visando a autorização (viciada) para a execução dos serviços”, cita o relatório de Biacio.

Dessa forma, Iglesias Wesley de Araújo (vendedor), Rodolfo Murilo Castilho (mecânico), Gabriel de Paula Regini (borracheiro e torneiro), Fabrício Roger Nunes Gomes (alinhador) e Roberto Cesar de Assis (gerente) foram indiciados por estelionato e associação criminosa; e João Lopes de Freitas também por difamação contra a delegada Joilce Silveira Ramos, que também foi vítima do golpe.

Roberto foi indiciado indiretamente porque se encontra em “local incerto e não sabido”. Conforme relatado pelos próprios funcionários da empresa, ele tratou diretamente com a vítima sobre o pagamento, mas ao perceber a movimentação policial, pediu demissão no dia seguinte aos fatos e não retornou para trabalhar. A suspeita é de que ele nem more mais em Campo Grande.

Caso - em 4 de março deste ano, João foi preso após confusão na loja com a cliente que denunciou o golpe. Na ocasião, a vítima relatou que havia deixado seu carro, um Ford Fiesta, na loja para trocar de pneus, mas mais tarde, o estabelecimento informou que, na verdade, precisaria cobrar muito mais da dona do veículo, que supostamente estava com duas rodas amassadas.

A mulher informou, ainda, que com o carro retido, foi constrangida a assinar documento sob o pretexto de evitar que o veículo fosse guinchado do local. Ela afirma que percebeu, logo depois, que na verdade se tratava de uma ordem de serviço e então acionou a polícia.

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