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Capital

Depois da prisão de dono, 6 clientes lesados em loja de pneus procuraram polícia

Número de notificações pode ser maior, informou a delegada Joilce Silveira Ramos em coletiva de imprensa

Por Gustavo Bonotto e Osmar Daniel | 06/03/2024 20:40
Fachada do centro automotivo Champions Pneus e Rodas, na Avenida Eduardo Elias Zahran, em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)
Fachada do centro automotivo Champions Pneus e Rodas, na Avenida Eduardo Elias Zahran, em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)

Ao menos seis clientes que se dizem lesados pelo centro automotivo Champions Pneus e Rodas, que tem lojas em Campo Grande e Dourados, procuraram a polícia para registro de boletim de ocorrência após o estabelecimento ter supostamente aplicado preços abusivos, informou a delegada responsável pelas investigações, Joilce Silveira Ramos, durante coletiva de imprensa na noite desta quarta-feira (6).

No entanto, o número pode ser maior, já que representa apenas a Depac Centro (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), situada na região central da Capital. De acordo com Joilce, laudo técnico apontou que muitas peças cobradas não foram trocadas.

"Foi constatado que não houve troca. Outras [peças] foram limpas para dar a impressão que eram novas. Algumas sequer os números batem ao modelo do veículo, por exemplo, um terminal de direção cobrado para um Kia Cerato correspondeu ao utilizado por uma Ford Ranger, de outra montadora", discorreu.

Ainda segundo laudo, houve cobranças exorbitantes relacionadas a serviços não feitos. "Cobrou reparo da roda aro 14, ao preço de R$ 1,3 mil, porém as rodas não foram reparadas e continuam empenadas. O valor da bucha da bandeja lá no local é R$ 380, já na praça, chega a R$ 99. Foram cobradas duas e trocou somente uma. Além do kit amortecedor traseiro, cujo valor foi de R$ 226. São três peças, trocaram apenas duas".

A partir de agora, os casos serão reunidos e entregues à 1ª Delegacia de Polícia Civil, que atende as ocorrências ligadas a região onde o estabelecimento funciona.

Além de estelionato, o proprietário irá responder por injúria contra servidor público e difamação, destacou Joilce. "[...] Por dizer que sou mentirosa. Disse na imprensa que ele é um estelionatário e provei. E agora, ele vai ter que provar que sou mentirosa", finalizou, citando a fala do empresário ao Campo Grande News.

Delegada Joilce Ramos esclarece que número de denúncias podem aumentar diante registro nas delegacias de área. (Foto: Juliano Almeida)
Delegada Joilce Ramos esclarece que número de denúncias podem aumentar diante registro nas delegacias de área. (Foto: Juliano Almeida)

Mais cedo, o empresário João Lopes de Freitas, 62 de idade, entrou em contato com o Campo Grande News e disse que "vai até as últimas consequências" contra a investigação. Apesar da empresa estar no nome de outras pessoas, ele diz ser o proprietário, mas nega qualquer fraude ou cobrança abusiva. "Essa delegada é uma mentirosa e eu vou provar isso", reclamou.

Revoltado depois de pagar fiança e sair da prisão, ele diz que vai acionar a Corregedoria da Polícia Civil contra a delegada. "O problema que provocou a minha prisão aconteceu no sábado, quando a cliente foi lá na loja. Eu nem estava lá, porque sou adventista e guardo o 7º dia. Então, como é que ela aparece na segunda e me prende em flagrante?", contestou.

Segundo ele, a Champions faz o que todas lojas do ramo fazem. O problema, na avaliação dele, é que o consumidor não quer pagar por serviços especializados.

"Se quiser comprar só pneu, vai no supermercado e depois pede para montar na borracharia. Aqui, para não perder a garantia do pneu, tem de fazer cambagem, alinhamento… Uma série de serviços que têm seu valor. Com essa 'buraqueira' na cidade, não dá só pra trocar pneu e sair rodando", argumentou.

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