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Capital

JBS diz que prestou assistência a feridos e que todos já receberam alta

Empresa enviou nota ao Campo Grande News, após publicação do relato de funcionária internada UPA

Luana Rodrigues | 07/04/2017 18:12
Vazamento aconteceu ontem e Bombeiros voltaram ao local nesta manhã. (Foto: Adriano Fernandes)
Vazamento aconteceu ontem e Bombeiros voltaram ao local nesta manhã. (Foto: Adriano Fernandes)

Depois de o Campo Grande News publicar na tarde desta sexta-feira (7) o relato de uma funcionária que estava internada por conta do vazamento de amônia ocorrido no frigorífico JBS em Campo Grande - na tarde de ontem (6) - a empresa informou que, diferente do que relataram alguns funcionários, prestou toda assistência necessária aos feridos.

Conforme a empresa, nesta sexta-feira (7), nove colaboradores da unidade chegaram ao trabalho e alegaram estar se sentindo mal, “por essa razão, foram prontamente atendidos no ambulatório da companhia por volta das 8h e, na sequência, encaminhados ao hospital local”, explicou.

A empresa informou ainda que prestou toda assistência necessária, do transporte ao pagamento de exames adicionais, e que todos os colaboradores já tiveram alta.

A reportagem esteve na fábrica na tarde de hoje e, segundo colaboradores que preferiram não se identificar, o funcionamento dos trabalhos ocorreu de normalmente de ontem para hoje, exceto nas áreas isoladas pelos bombeiros na empresa.

‘Abandonados’ - Na tarde de hoje, o Campo Grande News publicou o relatou de uma funcionária do frigorífico que disse ter sido obrigada a ir ao trabalho, mesmo se sentindo mal por conta do vazamento que ocorreu ontem. “Cheguei para trabalhar e falei para eles que estava muito mal. Falaram que se eu não trabalhasse iria levar uma falta, e o desconto de uma falta para quem ganha mil reais é muito”, disse a mulher, de 49 anos.

A funcionária disse que, assim como ela, muitos bateram o cartão, sentiram vontade de vomitar. “Eles nos colocaram numa Kombi e trouxeram para cá. Eu e mais uns oito. Estamos aqui desde às 5 da manhã, tomando soro, sem comer, sem nada. Não voltou mais ninguém da empresa para ver como estamos”, diz.

Diante do risco e descaso, a mulher disse que pensava em pedir demissão do cargo. “Estou aqui na cama de um posto, com soro, medicamento e fome. Nunca imaginei que isso poderia acontecer por causa do meu trabalho. Fui feliz da vida trabalhar e agora estou em pânico. Penso em pedir demissão sim, porque estou com medo de acontecer algo pior comigo e a empresa não tomar nenhuma atitude”, afirmou a mulher, mais cedo.

Consequências- O vazamento na unidade localizada na BR-060, saída para Sidrolândia, ocorreu logo após o almoço de ontem e deixou cerca de 100 funcionários feridos. Muitos correram para a rodovia, na tentativa de fugir do cheiro forte da amônia.

Autoridades estiveram no frigorífico nesta manhã (7), para avaliar as causas e consequências do vazamento. Além do Corpo de Bombeiros, equipes do Ministério Público do Trabalho e da PMA (Polícia Militar Ambiental) também estiveram no local.

De acordo com o procurados do MPT, Celso Fortes, a perícia foi acionada e irá verificar como são feito os procedimentos diários dentro da unidade onde houve o vazamento. Além disso, será instaurado um inquérito para ver se houve descumprimento das normas de segurança do trabalho.

Equipe da PMA (Polícia Militar Ambiental) avaliou os danos causados pelo vazamento ao redor do frigorífico. A empresa tem 24 horas para apresentar à polícia o relatório de controle de emissões atmosféricas e de todas as medidas de contingenciamento contra danos ambientais e à saúde dos funcionários.

Após as avaliações, a PMA vai calcular o valor da multa a ser lavrada. O Decreto Federal nº 6.514/2008, que regulamenta a Lei de Crimes Ambientais (9.605/1998) prevê multa de R$ 5 mil a R$ 50 milhões.

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