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Capital

Jovem participou de latrocínio de PM para pagar dívida com tráfico

Renan Nucci e Franciso Júnior | 28/07/2014 11:16
Bruno nega que tenha atirado no PM durante o roubo. (Foto: Marcelo Calazans)
Bruno nega que tenha atirado no PM durante o roubo. (Foto: Marcelo Calazans)
Armas apreendidas pela Derf durante a prisão do acusado. (Foto: Marcelo Calazans)
Armas apreendidas pela Derf durante a prisão do acusado. (Foto: Marcelo Calazans)

Preso por envolvimento no assalto que resultou na morte do policial militar Valdir Antunes de Oliveira, 41 anos, em Campo Grande, Bruno Aleff Bibiano Cristaldo, 20 anos, alega que participou do crime para pagar uma dívida de tráfico junto a Weslei Galvani, 28 anos, um dos comparsas que está foragido.

O rapaz foi apresentado pelo delegado Fábio Peró, da Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos), durante coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (28). Ele foi detido por volta das 22 horas da noite de sexta-feira (25), enquanto saía com o pai da casa do avô, no Jardim Colibri.

“No dia seguinte ao crime recebemos a informação sobre onde Bruno estaria, e passamos a monitorar o passo de seus familiares, até encontrá-lo”, disse Peró. Logo ao ser detido, Bruno confessou participação e levou os policiais até a casa do pai, no Jardim Bálsamo, onde entregou dois revólveres calibre 38 usados na ação, sendo um niquelado e outro preto, além de um celular tomado da viúva da vítima.

Enquanto prestava esclarecimentos às autoridades, negou que tenha efetuado o disparo fatal. Ele diz que enquanto outros dois bandidos agiam, ele ficou no banheiro vigiando a esposa do PM, o bebê dela, uma funcionária e um cliente. Quem atirou foi um jovem identificado, até o momento, apenas como "John Lennon".

O acusado diz que não tem muitas informações sobre os comparsas com os quais agiu, já que os conheceu somente na quarta-feira (23), dia do crime. A polícia contesta a declaração. “É pouco provável que este roubo tenha sido algo aleatório, já que são três assaltantes e uma equipe de apoio envolvidos”, explicou Peró reforçando que as investigações estão no começo e por isso, várias hipóteses foram levantadas.

Um das linhas de investigação aponta que Valdir estaria negociando a compra de um caminhão baú, e que possivelmente o dinheiro a ser usado na transação pudesse estar na loja. A viúva do PM será ouvida para poder comprovar ou não a informação. “Os bandidos não fariam tudo isso para roubar apenas R$ 200”, alerta Peró.

Delegado da Derf, Fábio Peró, preside as investigações. (Foto: Marcelo Calazans)
Delegado da Derf, Fábio Peró, preside as investigações. (Foto: Marcelo Calazans)

Envolvimento – A Derf já pediu a prisão preventiva de Bruno e também de Weslei Galvani e Max Yuri Coelho Ramos de Faria, 24 anos. O delegado explica que Weslei é o dono do veículo VW Voayge utilizado na fuga dos ladrões. Após o roubo, o trio foi levado para um esconderijo no Jardim Aeroporto.

De lá, Bruno foi levado por Max até a casa da namorada de seu avô, no Aero Rancho. As informações são de que Weslei e Max estariam em Corumbá, onde teriam vendido o carro. A arma roubada do policial também teria sido negociada, por R$ 1.800.

Outra informação apurada pela Derf é de que Weslei namora e mora com uma mulher líder de quadrilha no Mato Grosso, e inclusive, ela já teria baleado um policial durante assalto. O delegado apura se a mulher tem algum envolvimento no latrocínio.

Crime - Por volta das 10 horas da manhã da última quarta-feira, assaltantes chegaram a pé no estabelecimento Multilar, na Rua das Mansões, no Conjunto Oliveira, em Campo Grande. Na ação, a esposa do policial, uma funcionária, o bebê (filho do policial) e um cliente foram mantidos sob a mira de dois revolveres.

De acordo com a funcionária, a esposa do policial disse aos ladrões que poderiam levar o que quisessem, mas que fossem embora logo porque seu marido estava para chegar. Um deles respondeu que sabia que o marido dela era policial e que estava pronto para o embate. Valdir era proprietário do estabelecimento.

Ele foi baleado quando entrou na loja. O disparo atingiu o peito, perto do coração. Os três homens fugiram a pé e entraram no VW Voyage. Valdir chegou a ser socorrido, mas morreu no HR (Hospital Regional) Rosa Pedrossian. Ele é o quinto policial morto em Mato Grosso do Sul neste ano.

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