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Capital

Jovem que matou namorada atropelada ficará preso em casa e com tornozeleira

Rafael Carrelo, 19, passou por audiência nesta manhã e juíza converteu flagrante em prisão domiciliar

Anahi Zurutuza | 17/05/2021 11:00
Rafael Carrelo, de 19 anos, foi preso na manhã de sábado (15) logo após o acidente fatal (Foto: Kísie Ainoã)
Rafael Carrelo, de 19 anos, foi preso na manhã de sábado (15) logo após o acidente fatal (Foto: Kísie Ainoã)

A juíza Eucélia Moreira Cassal acatou os argumentos da defesa de Rafael de Souza Carrelo, de 19 anos, e converteu o flagrante em prisão domiciliar. O jovem investigado pela morte da namorada Mariana Vitória Vieira Lima, da mesma idade, será monitorado por tornozeleira eletrônica e terá de permanecer 24 horas em casa.

A defesa do rapaz entrou com pedido de liberdade às 17h30 desse domingo (16), um dia após a prisão,  classifica o ocorrido como “brincadeira infeliz”.

No habeas corpus, o advogado Marlon Ricardo Lima Chaves argumenta que apesar da “mídia” ter noticiado que Mariana estava no capô do carro conduzido por Rafael para impedir o namorado de dirigir, em nenhum dos registros oficiais consta a informação. A morte da jovem foi “consequência de uma infeliz brincadeira onde casal de namorados trocava de posição”, alega o advogado.

Para a defesa, Rafael foi inconsequente, mas não teve a intenção de matar, além de ser réu primário, ter endereço e trabalho fixos e por isso, o direito de ser investigado em liberdade. Rafael passou por audiência de custódia, na manhã desta segunda-feira (17), e saiu livre, sem pagar fiança.

Câmera de segurança de posto de combustíveis na Afonso Pena gravou quando carro passa com pessoa dependurada minutos antes da tragédia (Foto: Reprodução)
Câmera de segurança de posto de combustíveis na Afonso Pena gravou quando carro passa com pessoa dependurada minutos antes da tragédia (Foto: Reprodução)

Próximos passos - A Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) só foi acionada, na manhã de sábado (15), logo após o atropelamento, porque havia suspeita de que o rapaz havia cometido feminicídio.

Segundo a delegada Joilce Silveira Ramos, o jovem deu duas versões sobre o que causou a morte de Mariana. A primeira, ainda no local do acidente, disse que ela estava dirigindo e em certo momento trocaram o volante. Então, quando ele quis dirigir, ela subiu no capô para tentar impedi-lo.

Só depois, na delegacia, ele afirmou que ser tratava de uma “brincadeira”. Primeiro, ela pegou a direção e ele se deitou no capô do carro. Depois, ele assumiu a condução e ela ficou agarrada para o lado de fora, até o motorista perder o controle do veículo e atropelá-la.

A delegada afirma que a equipe montada para a investigação vai analisar imagens de cerca de 10 câmeras que registraram o carro antes do acidente. O objetivo é verificar se Rafael disse a verdade no depoimento.

A Deam vai apurar se houve intenção de matar ou dolo eventual (quando o autor assume o risco de provocar a morte de alguém).

O advogado informou que equipe da defesa fará investigação paralela das imagens. “Eu estou fazendo uma investigação também para conseguir provar a versão que foi dada pelo Rafael, que é a verdade. Foi uma infeliz brincadeira, que teve um resultado trágico, mas nada teve de maldade”.

O acidente - Mariana Vitória foi atropelada na  Avenida Arquiteto Rubens Gil de Camillo, que liga a Afonso Pena à Via Parque, na madrugada de sábado. A jovem sofreu múltiplas fraturas e morreu no local. Ela estava no capô do carro, um Toyota Etios, conduzido por Rafael, com quem namorava há quatro meses.

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