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Capital

Jovem suspeita de bebida 'batizada' e diz que sofreu apagão em sequestro

Guilherme Henri | 12/09/2016 15:48
Veículo da vítima foi encontrado queimado próximo a Uniderp Agrárias (Foto: Fernando Antunes)
Veículo da vítima foi encontrado queimado próximo a Uniderp Agrárias (Foto: Fernando Antunes)

Imagens distorcidas e a suspeita de que sua bebida tenha sido “batizada” durante a festa em que estava. Estas são as lembranças de uma universitária, de 22 anos, que diz ter sido sequestrada por dois homens, na madrugada de sábado (10), na saída do 21 Music Bar, em Campo Grande.

Em entrevista exclusiva ao Campo Grande News, a vítima, que estava acompanhada de sua advogada, disse que as lembranças daquela noite, que ela diz querer esquecer, estão como um quebra-cabeças.

Nada ainda faz muito sentido. A garota diz que fez um exame toxicológico, com objetivo de provar que não usa drogas ou que foi drogada durante a balada.

“Estava me divertindo com minhas amigas. Não estava ‘de romance’ com ninguém. Apenas conheci outro estudante, que já sabia quem era, porém nunca tive proximidade e logo depois cada um foi para um lado. Tudo que me lembro é de oferecer carona a um amigo, que a recusou. Fui para meu carro, coloquei a bolsa em um banco e apaguei. Quando acordei, estava no banco do passageiro. Uma pessoa conduzia meu carro e percebi que havia outra atrás. Eu ofereci dinheiro e cartões de crédito para que me liberassem, o que não foi aceito. Minha visão estava distorcida, porém suspeito que um dos rapazes era o que tinha conhecido no bar”, relata.

Para chamar a atenção dos supostos sequestrados, a estudante afirma que chegou a puxar o freio de mão do veículo, porém apagou novamente. “Quando acordei estava dentro do porta-malas do carro. Acredito que fui colocada ali, pois estava muito agitada”, detalha a estudante, que por meio de uma trava interna conseguiu destrancar o compartimento uma vez, mas foi flagrada pelos supostos sequestradores, que frearam o carro e a prenderam novamente.

“Esperei mais um pouco e destravei novamente o porta-malas, mas o segurei com uma das mãos e só vi que o carro estava em uma rua de terra e em alta velocidade. Em um lugar, que acredito ser um cruzamento, o carro diminuiu a velocidade. Aproveitei a oportunidade e saí do porta-malas, mas um dos sequestradores saiu e tentou me trancar novamente. Nesse momento, eu o mordi e o empurrei”, disse a vítima, ao detalhar sua fuga dos supostos sequestradores.

Carro incendiado era um Fiat Palio, de cor branca (Foto: Fernando Antunes)
Carro incendiado era um Fiat Palio, de cor branca (Foto: Fernando Antunes)

Ela conta que correu e pediu ajuda batendo na janela de uma casa, que não tinha portão. A moradora a levou para uma delegacia no bairro Tiradentes onde registrou a ocorrência.

“Eles levaram meu carro, mas como tinham negado todo o dinheiro que ofereci, acredito que o objetivo deles era abusar de mim. Eu não bebi o suficiente para que tivesse esses ‘apagões’. Não sou de sair, muito menos de beber em grande quantidade. Porém, eu bebi um pouco e em diversos momentos na festa eu descuidei da minha bebida, momento em que pode ter sido aproveitado por alguém para que colocasse algo”, supõe.

O veículo foi encontrado pela polícia, completamente queimado na manhã de sábado, na Rua Água Azul, próximo à Uniderp Agrárias, no bairro Taquaral Bosque, mas nenhum suspeito foi preso.

Trauma – a estudante relata que ainda está em estado de choque e, por conta de julgamentos de colegas de faculdade, não quer voltar a estudar.

Por isso, para saber se pode ter sido drogada e até mesmo provar aos colegas que não faz uso de entorpecentes, a estudante ainda afirma que se submeteu a um exame toxicológico e que todo o caso será acompanhado por ela e sua advogada.

“O resultado sairá nesta quarta-feira (14)”, conta a vítima, que ainda afirma que irá procurar tratamento psicológico.

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