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Capital

Juiz nega pedido da defesa para adiar depoimento de "Pedreiro Assassino"

Cléber será ouvido amanhã pelo delegado Carlos Delano

Lucia Morel | 01/06/2020 19:16
"Pedreiro Assassino" foi preso em 15 de maio. (Foto: Kísie Anoiã)
"Pedreiro Assassino" foi preso em 15 de maio. (Foto: Kísie Anoiã)

Decisão do juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri negou ao “Pedreiro Assassino”, Cleber de Souza Carvalho, 43 anos, que a data do interrogatório fosse alterada, mas assegorou a ele o direito de ficar calado diante do delegado Carlos Delano. O pedido também foi, em caso de manutenção do procedimento, par aque fosse que fosse substituída a autoridade policial, o que também foi negado.

A alegação do advogado de Cléber era que o delegado titular do inquérito, Delano, foi denunciado com sua equipe ao Gacep (Grupo de Atuação Especial para o Controle Externo da Atividade Policial) por tortura ao pedreiro, o que faria o preso ficar constrangido ao ser ouvido por ele.

Para o magistrado, “o simples fato de existir procedimento que apura a responsabilidade de Autoridade Policial não acarreta a automática suspensão ou afastamento de suas funções mormente se em tal procedimento de fiscalização do MPE da atividade policial também é assegurado ao representado o contraditório”.

Sobre a alegação da defesa de que, caso Delano seja mantido na oitiva, o acusado ficará em silêncio, Santos enfatiza que “o Estado tem o direito de elucidar os crimes que ocorrem, sendo que na mesma proporção o acusado ou investigado desfruta de garantias, sendo a mais notável delas, a de ficar em silêncio, o que poderá fazê-lo sem que nada possa ser deduzido disso”.

Vale ressaltar que o promotor do MPE (Ministério Público Estadual), Douglas Oldegardo Cavalheiro, designado para o caso do “Pedreiro Assassino”, “deu-se por impedido de atuar na ação penal que apura este homicídio alegando estar designado para atuar junto ao GACEP onde foi formalizada representação contra a Autoridade Policial”.

A oitiva está marcada para amanhã, às 11h30, na DEH (Delegacia de Homicídios).

Processo - Cleber, a mulher e a filha, já são réus por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáveres em relação a José Leonel Ferreira dos Santos, no dia 2 de maio.

Segundo as apurações da polícia, a vítima foi morta na cozinha de casa, com um golpe de objeto metálico na cabeça, o corpo foi arrastado para a varanda e enterrado no quintal.

Só foi achado no dia 7 de maio, quando familiares de José Leonel, estranhando a ausência dele inclusive no Whastapp, foram até o imóvel, na Vila Nasser, e encontraram os estranhos vivendo na casa.

Cleber já havia fugido. Ele só foi preso no dia 15 de maio, quando confessou, em pouco mais de 24 horas, outros seis assassinatos. Ajudou, inclusive, a desenterrar os corpos. Para a polícia, o criminoso em série, além dos homicídios, se apossava de bens das vítimas, como terrenos e veículos.

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