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Capital

Juiz ouve testemunhas e família pede condenação de policial por morte

Michel Faustino | 30/06/2015 20:11
Familiares de Roberto estiveram na tarde de hoje em frente ao Fórum para acompanhar a audiência. (Foto: Marcos Ermínio)
Familiares de Roberto estiveram na tarde de hoje em frente ao Fórum para acompanhar a audiência. (Foto: Marcos Ermínio)

Sete testemunhas de acusação no processo que investiga a morte do comerciante Roberto José Rech, 31 anos, executado com quatro tiros no dia 24 de março do ano passado, foram ouvidas na tarde desta terça-feira (30), pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, titular da 2ª Vara do Juri. O policial civil aposentado Carlos Roberto Cerqueira, 57, é acusado de ter cometido o crime.

Segundo a advogada da família de Roberto, Solange Helena Terra Rodrigues, esta foi a primeira audiência do processo e nove testemunhas de acusação seriam ouvidas, no entanto, duas não puderam comparecer com ausência justificada.

De acordo com ela, além do ex-policial, o MPE (Ministério Público Estadual) ofereceu denuncia de homicídio doloso por motivo torpe, contra um dos seus filhos, Fernando Roberto Cerqueira, que teria ameaçado um dos funcionários do comerciante no dia do crime.

Conforme a advogada, o juiz determinou uma nova audiência que deve acontecer no dia 13 de agosto. Segundo ela, nesta fase, serão ouvidas as testemunhas de defesa, além dos réus.

Impunidade – Do lado de fora, familiares do comerciantes cobraram por justiça. Com faixas e cartazes, eles clamam pela prisão do acusado.

“A gente vive com medo. E não é só por nossas vidas, ameaças e sim de que este crime fique impune. Mas acreditamos que a justiça será feita”, disse Simone Vieira Machado, 41 anos, tia de Roberto.

Crime – Na época, testemunhas disseram a polícia que Carlos estava brigando com um homem, que estaria cortando a grama de um morador, pois ele fazia muito barulho. “Ele encrencava com todos, neste dia ele brigou com esse homem, dizendo que ele estava fazendo muito barulho”, comentaram.

Um homem, que não se identificou, alegou que, no dia do homicídio, Roberto não estaria participando da briga. “Carlos e seus dois filhos, que também estavam armados, correram atrás do homem, mas não conseguiram alcançá-lo, disparando um tiro em direção dele, porém não acertou”, disse.

Por conta da situação, José, que estava chegando em casa no momento da briga, olhou para Carlos, segundo a testemunha, e riu, então o ex-policial atirou contra o comerciante. “Ele atirou, então José gritou e falou que era somente uma brincadeira, mas mesmo assim ele disparou mais três vezes”, completou.

Afastamento - Carlos estava aposentado desde 18 de abril de 2000, por invalidez por sofrer de esquizofrenia. Em janeiro deste ano, ele teve o porte de arma renovado pela Polícia Federal (PF).

A PF informou que ele não possuía porte de arma, mas sim registro. Em consequências de algumas ações, foi instaurado um processo de cassação de registro de arma em fevereiro desse ano, conforme informou a PF.

O setor de comunicação da Polícia Federal ainda revelou que Carlos Roberto foi notificado sobre o processo de cassação de registro de arma, mas entrou com recurso de defesa.

Segundo a Polícia Civil, a PF desconhecia os problemas mentais do autor. Dois meses antes do crime, a PC pediu a busca e apreensão do revólver, porém, o pedido foi negado pela justiça.

Rech foi executado com quatro tiros. Conforme o Corpo de Bombeiros e o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), ele foi atingido por três disparos na cabeça e um no peito. Vítima e autor tinham rixo por conta de um imóvel.

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