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Capital

Ideia de “apê” com “quintal” vende e entorno de parque será canteiro de obras

Três prédios começarão a ser construídos pertinho do Parque dos Poderes, o futuro “Central Park” da Capital

Por Anahi Zurutuza | 02/01/2025 06:17
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade
Movimentação numa manhã de domingo na Avenida do Poeta, no Parque dos Poderes (Foto: Paulo Francis)
Movimentação numa manhã de domingo na Avenida do Poeta, no Parque dos Poderes (Foto: Paulo Francis)

A ideia de morar na segurança de um condomínio, mas ter como opção uma ampla área verde para lazer e esportes, é uma das grandes apostas do mercado imobiliário para o futuro. Não é à toa que em 2025, três novos canteiros de obras serão inaugurados no Jardim Veraneio. Em 2027, 2028 e 2029, condomínios de torres com um total de 840 apartamentos serão inaugurados pertinho do Parque dos Poderes, o “quintal” de quem escolher se mudar para a região para poder respirar o ar puro do “pulmão” de Campo Grande.

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Três novos condomínios, com um total de 840 apartamentos, serão construídos próximos ao Parque dos Poderes em Campo Grande, entre 2025 e 2029. Os empreendimentos, que já passaram por aprovações na prefeitura, incluindo audiências públicas, geraram preocupações com o impacto ambiental e o "sufocamento" do parque. No entanto, a Planurb garante que a legislação garante recuos mínimos entre as construções e que as áreas de construção já são antropisadas, minimizando o impacto ambiental negativo e assegurando a preservação da vegetação nativa e da vista do parque.

A primeira obra está prevista para começar no primeiro semestre de 2025, embora o EIV (Estudo de Impacto de Vizinhança) não preveja o mês. O projeto é de construção de uma torre com 25 pavimentos em terreno de 10 mil metros quadrados. Com 8 apartamentos por andar, o condomínio terá 200 unidades habitacionais e frente para a Rua Lise Rose, “colado” numa das pontas do complexo dos Poderes.

Em agosto, empreendimento com 192 apartamentos em uma torre (8 por pavimento) começará a ser erguido na Avenida Presidente Manoel Ferraz de Campos Salles, entre a Rua Rio Doce e Avenida Desembargador Leão Neto do Carmo. O prédio terá 23 andares.

Simulação da sombra que será feita por torres a serem erguidas na Rua Acrópole (Foto: Reprodução do EIV)
Simulação da sombra que será feita por torres a serem erguidas na Rua Acrópole (Foto: Reprodução do EIV)

Logo depois, em novembro, está previsto o início da obra de residencial com duas torres, com 13 e 14 pavimentos, e um total de 224 apartamentos. O terreno, de 9 mil metros quadrados, fica a cinco quadras de um dos acessos ao Parque dos Poderes.

Os três condomínios devem levar 1,3 mil novos moradores para a região, se somadas as estimativas apresentadas pelas construtoras à Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano). É a autarquia que fiscaliza o trabalho das incorporadoras sobre as previsões de impacto e faz exigências de melhorias para o entorno da obra – no trânsito, sistema de drenagem, para a saúde, educação e lazer, mitigação do impacto ambiental, por exemplo.

Imagens mostram proximidade de dois dos condomínios (quadriláteros em vermelho) com o Parque dos Poderes (avenida curva antes da área bem verde) (Foto: Reprodução EIVs)
Imagens mostram proximidade de dois dos condomínios (quadriláteros em vermelho) com o Parque dos Poderes (avenida curva antes da área bem verde) (Foto: Reprodução EIVs)

Estudo de impacto – Os três empreendimentos programados para o Veraneio já passaram por várias etapas de aprovação na Prefeitura de Campo Grande, tanto é que a Planurb já convocou e realizou audiências públicas para a apresentação dos EIVs (Estudos de Impacto de Vizinhança). Quando chegam nesta fase, diferente do que muita gente pensa, dificilmente as obras serão barradas pela administração municipal. A reunião de moradores do entorno serve para coletar as opiniões e acrescentar exigências à lista dos investidores.

“A gente está vendo os maiores conflitos, por exemplo, no Jardim Veraneio. Quando obras são anunciadas para lá, há um entendimento de que o prédio vai ser construído dentro do Parque dos Poderes, mas não é. A questão é não existe nenhuma vedação na legislação para a construção em locais que circundam áreas de conservação, como é o parque”, explicou a diretora-presidente da Planurb, Berenice Jacob Domingues, em entrevista ao Campo Grande News.

Outra preocupação de movimentos da sociedade civil quando novos edifícios são anunciados para o Veraneio é com o “sufocamento” do Parque dos Poderes, um dos pedaços do Parque Estadual do Prosa – área de 135 hectares de remanescentes do cerrado brasileiro, onde fica a nascente do Córrego Prosa.

Diretora-presidente da Planurb, Berenice Jacob Domingues, mostra Jardim Veraneio no mapa de Campo Grande durante entrevista (Foto: Anahi Zurutuza)
Diretora-presidente da Planurb, Berenice Jacob Domingues, mostra Jardim Veraneio no mapa de Campo Grande durante entrevista (Foto: Anahi Zurutuza)

A diretora da Planurb afirma que, contudo, não há motivo para esse tipo de temor. “Há uma preocupação com a vegetação nativa, mas se você for olhar as imagens de satélites, essas áreas para onde estão previstas as construções já são antropisadas, já sofreram com a ação humana. Além do mais, nós temos a nossa legislação que prevê, por exemplo, os recuos mínimos. Não existe a possibilidade de eu fazer um prédio grudado no outro, como em Copacabana, no Rio de Janeiro. Na década de 30, 40, não havia esse regramento e aí, sim, se for um prédio grudadinho no outro, eles vão impedir a ventilação, a insolação, o conforto ambiental".

Há interesse dos próprios investidores também em preservar, já que a vista faz parte do projeto de vendas. “Um dos cartões postais do mundo, que é o Central Park [parque em Nova Iorque], hoje é rodeado de prédios”, lembra Berenice.

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