Prédio de 23 andares terá 2 "vizinhos", um deles maior ainda, com 25 pavimentos
Grandes empreendimentos próximos ao Parque dos Poderes têm gerado polêmica devido à questão ambiental
O Parque dos Poderes, o "quintal de Campo Grande", está disputado. Tanto é que prédio de 23 andares, que será construído na beira da área verde, cujo debate sobre o impacto para a vizinhança lotou o auditório da Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano) nessa segunda-feira (11), terá como "vizinhos" outros dois empreendimentos, sendo um edifício com 25 andares e outro condomínio com duas torres de 13 e 14 pavimentos.
RESUMO
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A verticalização em Campo Grande está em ascensão, com novos edifícios sendo propostos na região do Parque dos Poderes. A área já conta com alguns prédios de mais de cinco andares, mas a construção de novas torres, incluindo uma com 23 andares e outra com 25 andares, está gerando debates sobre impacto ambiental e paisagístico. O presidente do Secovi defende a verticalização como tendência global e um meio de adensar a cidade, mas a concentração de projetos de luxo na região do Parque dos Poderes levanta questões sobre a acessibilidade para diferentes classes sociais.
Ontem, a Planurb realizou audiência pública para discutir o EIV (Estudo de Impactos de Vizinhança) do residencial com 192 unidades habitacionais em uma torre, com 8 apartamentos por pavimento, além do térreo - 23 andares no total. O local exato da construção é de frente para a Avenida Presidente Manoel Ferraz de Campos Salles, entre a Rua Rio Doce e Avenida Desembargador Leão Neto do Carmo.
Segundo o projeto preliminar, o edifício de 19.413,38 m² de área construída será erguido em terreno de 6.043,43 metros quadrados.
Também no Jardim Veraneio, está prevista a construção de outro edifício com 25 andares na Rua Lise Rose, entre a Rua Barra Funda e a Rua Delegado Carlos Roberto Bastos de Oliveira. São oito apartamentos por pavimento, totalizando 200 unidades habitacionais. A área do terreno é de 10.010 m² e a área total a construir, 23.066,22 m².
Serão apartamentos com média de 75 m², compostos por: sala, cozinha, 1 suíte, 2 dormitórios, área de serviço, varanda e banheiro de uso comum. A previsão é de que o acabamento das obras ocorra no primeiro semestre de 2028. O estudo mostra que as unidades terão preço estimado de venda em torno de R$ 900 mil.
Em julho, ocorreu a audiência pública para debater a construção de residencial com duas torres, na Rua Acrópoles, no mesmo bairro. Uma delas será com 13 andares, sendo oito apartamentos por pavimento e quatro no térreo. A torre 2 terá 14 andares, sendo oito apartamentos por pavimento e quatro no térreo. A área do terreno é de 9.976,13 m² e área total a construir, 19.895,77 m².
A equipe de reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Campo Grande para saber o resultado das audiências públicas e aguarda retorno.
Tendência – Obras próximas ao Parque dos Poderes têm gerado polêmica devido à questão ambiental e preservação de animais que vivem em área de mata nos bairros ao redor. Também é levantado a questão do paisagismo da região.
O impacto da verticalização de Campo Grande, a maior já registrada em 125 anos da cidade, poderá ser tema de estudo em quatro bairros: Santa Fé, Chácara Cachoeira, Jardim Veraneio e Carandá Bosque.
O presidente do Secovi (Sindicato de Habitação de Mato Grosso do Sul), Geraldo Paiva, explica que buscar moradias ao entorno de parques já é uma tendência.
“Em todas as cidades do mundo, as áreas mais buscadas para moradia são entorno de parques. Exemplos: Nova York - Central Parque, Capitais do Nordeste - frente para praias, Rio de Janeiro - toda faixa litorânea, São Paulo - Ibirapuera e até Campo Grande no passado a frente do Belmar Fidalgo já foi palco de grandes empreendimentos imobiliários”, pontuou.
Ele explica, ainda, que legislação de uso do solo de Campo Grande exige que os edifícios sejam mais afastados da região do Centro e têm por obrigação ter maiores terrenos para se alcançar determinadas alturas.
Paiva destaca que não vê pontos negativos de construção de prédios nessa região e que o recomendado é o adensamento da população.
“Todos os urbanistas recomendam adensar as cidades, para que tenham um custo administrativo menor e contemplando todas camadas da população. Os benefícios trazidos nas áreas mais nobres deveriam ser estendidos as áreas mais populares. A parte da cidade que possuir menor adensamento tenderá a ter o mesmo destino da nossa região central no futuro. Custará muito caro no futuro recuperar estas áreas”, finalizou.
No entanto, o adensamento populacional na região do Parque dos Poderes tem sido observado com projetos de luxo, enquanto os prédios populares se encontram mais na periferia.
A reportagem percorreu alguns pontos da região do Parque dos Poderes e identificou que ainda são poucos prédios com mais de cinco andares erguidos, como, por exemplo, na Rua Barra Bonita, Rua Rio Doce, Rua Desembargador Leão Neto do Carmo, que contém um em cada via, sendo até difícil avistar de longe. A maioria avistada na região é de residenciais de casas.
Atrás do Parque das Nações Indígenas, no Vivendas do Bosque, de longe é possível ver cinco prédios já construídos.
Conforme as audiências públicas da Planurb deste ano, na Avenida Afonso Pena, Chácara Cachoeira, está previsto condomínio multiresidencial vertical com duas torres. Cada torre deverá possuir 29 pavimentos de apartamentos, além do volume superior.
Também na Avenida Afonso Pena, outro projeto compreende a construção de uma torre, com 23 pavimentos. Outro projeto de condomínio multiresidencial vertical está previsto na Rua Arealina Teodora da Silva Fonseca (via projetada), com uma torre de 23 andares.
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