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Capital

Justiça manda soltar PF preso na Omertà, mas exige fiança de R$ 22 mil

Everaldo Monteiro de Assis deverá usar tornozeleira eletrônica e fica proibido de se aproximar de testemunhas

Aline dos Santos | 03/02/2021 08:49
Everaldo foi preso em setembro de 2019 na operação Omertà. (Foto: Reprodução)
Everaldo foi preso em setembro de 2019 na operação Omertà. (Foto: Reprodução)

Preso desde setembro de 2019 na operação Omertà, o policial federal afastado Everaldo Monteiro de Assis teve a prisão preventiva substituída por medidas cautelares. Mas ainda não deixou a cela na 3ª delegacia de Polícia Civil de Campo Grande porque tenta derrubar a exigência de pagamento de fiança de R$ 22 mil (20 salários mínimos), imposta pela Justiça.

O juiz da 1ª Vara Criminal, Roberto Ferreira Filho, também determinou que Everaldo use tornozeleira eletrônica por seis meses, não mantenha contato com acusados e testemunhas das ações penais e faça recolhimento domiciliar de 24 horas aos finais de semana.

De acordo com o advogado Adriano Magno de Oliveira, a defesa quer afastar o pagamento porque, em outro processo, foi concedida liberdade provisória sem fiança.

“Na primeira ‘liberdade’ dele, o juiz não estipulou fiança, entendemos desnecessário o arbitramento nesse caso”, diz Adriano. O pedido da defesa já está com a Justiça, que determinou a manifestação do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

O policial federal foi alvo de duas fases da operação liderada por Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros) e Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado).

Na primeira, em setembro de 2019, foi denunciado por formação quadrilha. A investigação aponta os empresários Jamil Name e Jamil Name Filho como líderes da organização criminosa. Neste processo, conseguiu liberdade provisória em 27 de outubro do ano passado.

No entanto, continuava preso pela preventiva decretada na terceira etapa da Omertà, deflagrada em junho de 2020. Agora, a defesa conseguiu a liberdade provisória nesta ação penal.

Policial experiente, Everaldo é acusado de montar estrutura paralela para proteger organização criminosa de Fahd Jamil, mais conhecido como “Rei da Fronteira” entre Mato Grosso do Sul e o Paraguai.

De acordo com o Gaeco, o agente abastecia o grupo com dados sigilosos e também direcionava investigações para minar concorrentes. Everaldo também foi denunciado pelo homicídio de Marcel Costa Hernandes Colombo, 31 anos, conhecido como “Playboy da Mansão”. Mas não houve decretação de prisão preventiva.

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