Laboratório espera preço de vacina até março e que ela chegue ao SUS
A Sanofi Pasteur espera que a Câmara de Regulação de Mercado de Medicamentos divulgue até março o preço da vacina contra a dengue fabricada pela empresa. O produto foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) depois de ser testado em Mato Grosso do Sul e outros quatro estados. A intenção do laboratório é que a substância futuramente seja disponibilizada pelo SUS, o que depende da avaliação do Governo Federal.
Sheila Honsani, diretora-médica da filial brasileira da companhia, explica que ainda não há definição a respeito da inclusão da substância no calendário de imunização.
“O objetivo da Sanofi é que todos tenham acesso a essa vacina e que ela consiga controlar a doença. Ela reduz os casos graves em 93%. Nós praticamente não veríamos ninguém morrendo mais de febre hemorrágica da dengue”, afirma.
Sheila diz que o produto foi criado para os países onde a dengue é endêmica, ou seja, onde ela acontece com muita frequência. Por isso, o laboratório entrou com pedido de autorização em outras localidades, como Indonésia, Vietnã, Malásia, Colômbia e Peru.
Além do Brasil, o procedimento burocrático está mais avançado no México e nas Filipinas, que também aprovaram recentemente o produto e aguardam definição de valores.
Eficácia de 66% da vacina, questionada por alguns médicos, está dentro dos conformes, segundo a diretora-médica. “É uma eficácia elevada. A Organização Mundial de Saúde estipulou uma meta de reduzir a mortalidade pela doença em 50% até 2020. Essa vacina tem uma expectativa de reduzir mais do que a OMS pediu”, explica.
Além disso, segundo ela, outras imunizações já oferecidas pelo SUS têm índices semelhantes, como por exemplo a que protege contra a gripe. Sheila reconhece que existem outras substâncias para outras doenças com potencial mais elevado, mas em vários casos elas são direcionadas a apenas um vírus, enquanto a vacina contra a dengue funciona contra os quatro tipos do micro-organismo.
“Esse produto tem uma excelente segurança. Os efeitos colaterais foram parecidos com o do placebo. É a única ferramenta que temos hoje além do controle do vetor. Consideramos importante também que a vacina não é a solução para resolver o problema da dengue, é uma ferramenta. As pessoas têm que continuar cuidando de casas, até porque o mosquito transmite outras duas doenças. Cada um tem que fazer com sua parte”, pontua.
Pesquisa – O Instituto Butantã está desenvolvendo uma vacina brasileira contra a dengue. O produto deve começar a ser testado fora de São Paulo neste ano, Mato Grosso do Sul é um desses estados.
A intenção do laboratório nacional também é criar uma imunização que seja oferecida pelo SUS e que seja, portanto, de baixo custo.