Lixão no Noroeste pega fogo outra vez e moradores correm para salvar barracos
Moradores de comunidade disseram que fogo no local é comum e sempre tentam evitar que chegue nos barracos
No início da tarde desta segunda-feira (16), incêndio em área de vegetação onde ficava o antigo lixão, na região do Jardim Noroeste, em Campo Grande, assustou moradores, que saíram correndo para molhar os barracos e retirar botijões de gás, a fim de evitar explosões e piorar ainda mais a situação. Uma das casas teve o telhado destruído.
O local é recorrente nas notícias pelos incêndios de grande proporção que ameaçam os moradores da comunidades do bairro. Ao Campo Grande News, a vendedora, Paola de Oliveira, 36 anos, disse que já esperava a situação e que quando acontece, tenta evitar o pior.
"Geralmente, começa sozinho, então, acho que não tem como saber se alguém colocou fogo ali. Começou pela vegetação e foi chegando perto dos barracos. É assim todo ano. Falta um aceiro. Ouvi os estralos e corri para ajudar o pessoal na retirada dos botijões de gás", disse a mulher.
Ela conta que os incêndios tiveram interferência trágica na casa onde mora e foram responsáveis pela morte do filho no ano passado. O menino de um ano e meio usava sonda e não resistiu depois de inalar fumaça que saía de um foco que atingiu o mesmo terreno no ano passado. "Já tentei sair daqui e alugar uma casa, mas não consegui e acabei voltando”, afirma.
Assim como ela, Elisângela Teixeira, 43 anos, também moradora da Comunidade Esperança, tentou evitar o pior quando o incêndio começou.
"Estou tremendo até agora, tirei documento, botijão de gás e saí correndo. Todo ano essa correria. Na hora que vi o fogo, já comecei a chamar o bombeiro, mas é difícil, porque a fumaça fica impregnada", declarou Elisângela.
Outra estratégia usada pelos moradores, foi jogar água nos barracos para evitar que as chamas tomassem conta das moradias. Um dos barracos da comunidade chegou a ser atingido, mas os vizinhos rapidamente controlaram as chamas.
"Jogamos água, porque estava começando a chamuscar. Também tiramos a porta de um dos barracos para tirar o botijão e o colchão, porque o fogo já estava chegando", afirmou Maria Francisca da Silva, 74 anos.
A moradora do barraco que teve o telhado atingido não quis falar com a imprensa.
No local, equipe do Corpo de Bombeiros trabalha para controlar as chamas na vegetação e nenhum dos barracos corre risco de ser atingido, segundo os militares. Até o momento, foram utilizados 8,5 mil litros de água na parte de cima do antigo aterro.