Lojistas passam dia sem internet após operação que mirava fios soltos e “gatos”
Foram retirados mais de 4 mil metros de fiação irregular na operação realizada ontem pela Decon
Após a operação que teve como alvo fios soltos e conexões de internet clandestinas, o comércio central de Campo Grande amanheceu nesta quinta-feira (27) sem internet e telefonia. Foram retirados mais de 4 mil metros de fiação irregular na operação realizada ontem (26).
Na região central da cidade, entre a Avenida Afonso Pena, Avenida Fernando Corrêa da Costa, Rua Rui Barbosa e Rua José Antônio, pelo menos 15 empresas de internet clandestina, que usavam 22 postes, tiveram os serviços desligados pelas equipes da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo).
Entretanto, na tarde de hoje (27), comerciantes garantiram ao Campo Grande News que as operadoras que eles utilizavam eram “confiáveis” e que nenhuma das empresas contratadas era clandestina.
Um deles é o gerente da loja de veículos All Win, José Roberto Duraes Filho, que explica que chegou às 7h da manhã para abrir a loja e logo notou a falta de internet. “Atrapalhou muito hoje, porque precisamos fechar contratos e dependemos da internet. Então utilizamos os celulares para rotear”, disse ele.
Na tarde de hoje, também foram vistas equipes de telefonia na região para fazer a religação da fiação. “Me falaram que eles estavam cortando os fios clandestinos, mas agora estão passando os fios novamente. Mas nunca usei internet clandestina”, explicou José Roberto.
Outra loja prejudicada foi a Ciclo Ribeiro, localizada na esquina das ruas Rui Barbosa e Sete de Setembro. O gerente Edevaldo da Silva comentou que desde cedo estão sem acesso à internet. “A gente chegou às 8h e viu que não ligava nada. Hoje não conseguimos emitir notas fiscais, então explicamos para os clientes que vamos mandar por e-mail depois”. Ele reforçou que nunca fizeram uso de internet clandestina. “Nunca. Só usamos empresas confiáveis”, relatou Edevaldo.
A gerente Karinne Barbura de Carvalho, da loja Zíper e Cia, localizada na Rua Rui Barbosa, também explicou que o empreendimento ficou sem internet. Ela comentou que precisou recorrer a outra internet contratada, mas que ainda assim foi um transtorno. “Aqui é onde fica o servidor central, que também dá acesso às nossas filiais. Sorte que eu tinha outra internet, de outra empresa, então pude liberar o acesso para alguns funcionários. Só que era um pedido por vez para fazer. E nunca fizemos uso de internet clandestina, é tudo pago certinho”.
Já o proprietário da camiseteria Visual Camisetas e Serigrafia, Hélio Zaparoli Junior, comentou que ficou sem internet e telefone. “Eu cheguei por volta das 8h e ficamos sem internet até o horário do almoço. Atrapalhou porque precisamos da internet para baixar as artes das camisetas e para atender os clientes”.
Hélio também comentou que sua internet é de uma empresa conhecida e segura, e que nunca recorreu a redes clandestinas. “Eu nunca vi empresa de internet clandestina e muito menos usei”.
Operação - Na noite de ontem, por volta das 21h de quarta-feira (26), a Decon iniciou a remoção de equipamentos instalados de forma irregular juntamente a técnicos da concessionária Energisa, na região central, estendendo-se até as 3h10 de hoje. Além dos "gatos" na internet, as fiações irregulares também foram cortadas, pois estavam dispostas de modo inadequado e perigoso para os transeuntes.
"Nosso objetivo é garantir a segurança, em especial dos transeuntes. Pode ver que parte desse cabeamento está solta, fazendo curva... E isso traz um perigo muito grande, principalmente para motociclistas. Um cabo solto atrapalha o trânsito de forma geral", explicou o delegado Reginaldo Salomão, da Decon.
O delegado também informou que os contratantes dos serviços de internet ilegais poderão ser indenizados em caso de extinção da prestação de serviço. Ele apontou que o Procon (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor) dará todo o amparo para os clientes que apresentarem reclamação contra as empresas afetadas pela fiscalização.
Por meio de nota, a Energisa esclareceu que foram removidas apenas as instalações irregulares e clandestinas, sejam elas de internet ou telefonia. "As empresas cadastradas, que já tinham sido notificadas anteriormente, foram advertidas novamente e terão prazo de 30 dias a contar do dia 27 de junho para tomar as providências necessárias", diz o texto enviado à imprensa.
Confira a galeria de imagens:
[ * ] Matéria alterada às 19h44 de 28/06/2024 para correção de informações.
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