Operação mira fios soltos e corta "gatos" de internet clandestina pela cidade
Mais de 2 mil pontos já foram mapeados pela concessionária responsável pelos postes da Capital
Teve início, na noite desta quarta-feira (26), a operação que busca combater o problema crônico de fiações soltas em postes da Capital. A iniciativa já mapeou mais de 2 mil instalações irregulares. Os principais vilões, segundo a concessionária Energisa, são os equipamentos que compõem a rede de distribuição clandestina de internet.
Os impactos dos fios soltos já foram temas de diversas reportagens do Campo Grande News. Na noite de hoje, parte dos equipamentos instalados de forma irregular na região central, entre a Avenida Afonso Pena, Avenida Fernando Corrêa da Costa, Rua Rui Barbosa e Rua José Antônio, foi removida pela Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo).
"Nosso objetivo é garantir a segurança em especial dos transeuntes. Pode ver que parte desse cabeamento, tem cabo solto, fazendo curva... E isso traz um perigo muito grande, principalmente para motociclistas. Um cabo solto atrapalha o trânsito de forma geral", discorreu o delegado Reginaldo Salomão.
Contratantes dos serviços de internet ilegais poderão ser indenizados em caso de extinção da prestação de serviço. O delegado apontou que o Procon (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor) dará todo o amparo para os clientes que apresentarem reclamação contra as empresas afetadas pela fiscalização.
"Pode ser que amanhã alguns consumidores de internet daqui dessa região tenham uma surpresa. A fiação será cortada e nossa intenção é de orientar a todos para que procurem seus direitos", assegurou.
Além do serviço clandestino, o furto de fios de cobre contribui para a poluição dos postes. Salomão apontou que algumas das instalações não são mais utilizadas, por exemplo. "A ação também busca reduzir a oferta visual desse produto. Quem furta um poste não têm conhecimento técnico pra subir, e com a remoção dos cabos, a gente diminui essas ocorrências que aumentaram nos últimos anos".
Paulo Roberto dos Santos, diretor da concessionária Energisa, acompanhou os trabalhos dos técnicos. Para ele, a operação atende uma demanda da população que está preocupada com a segurança e também com a clandestinidade das operadoras de fibra óptica aptas pela legislação local.
"São muitas as empresas. Nós temos 164 operadoras registradas, cadastradas, e todas elas foram notificadas quanto às instalações e à qualidade de seus equipamentos. Porque muitas das redes que estão em nossas estruturas, apesar de não serem clandestinas, não estão atendendo os padrões e as normas técnicas", disse.
Só no cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Rua José Antônio, por exemplo, 15 operadoras não sinalizaram os cabos utilizados na distribuição do serviço de internet.
"A responsabilidade da concessionária corresponde à rede elétrica, e o aluguel de espaço tem que respeitar normas da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Se o cabo estiver identificado e homologado, ele permanece. Se não houver respaldo, ele será cortado", complementou Paulo.
Além dos técnicos da Energisa e da guarnição da Decon, uma equipe do Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) acompanhou a ação, que deve perdurar até o fim da noite.
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