Mãe diz que 1 dia antes de surra avisou escola sobre conflitos entre alunas
Na quinta-feira (31), a mãe de uma adolescente invadiu a escola no fim da tarde e agrediu outra estudante
O clima na portaria da Escola Estadual Rui Barbosa, onde uma adolescente foi agredida pela mãe de outra estudante, era de relativa tranquilidade na tarde desta sexta-feira (1º). Uma viatura da Polícia Militar fez rondas na região antes da entrada dos alunos e três mães pararam para conversar com a diretora e ter detalhes sobre a situação. Uma destas mulheres disse que antes mesmo da confusão a escola tinha sido notificada sobre conflitos entre as meninas. No período matutino, um protesto foi feito ali.
À reportagem do Campo Grande News, vendedora autônoma de 33 anos contou que a filha dela está envolvida na confusão. Por esse motivo ela preferiu não divulgar o nome. Ela relata ter procurado a direção da escola na quarta-feira (30) e comentado sobre ameaças feitas pela vítima contra outras alunas. “Dizia que ia pegar na saída. Esse tipo de coisa”, conta. Conforme o relato, ela não foi a única a avisar a direção sobre o caso.
Na quinta-feira (31), a mãe de outra outra aluna, que conforme o relato também teria reclamado primeiro com a direção, invadiu a escola e agrediu a estudante. Nas imagens é possível ver quando ela declara: “Não encosta a mão nela não. Ela tem pai. Tem mãe”, diz pouco antes de ser levantada por outros alunos.
A reportagem tentou falar com a direção da escola sobre o caso e foi informada que todas as respostas serão dadas via assessoria de imprensa da SED (Secretaria de Estado de Educação).
Temor - Duas meninas que aparecem nas imagens conversaram com a reportagem. Uma delas ajuda a vítima. A outra não. Sobre o sentimento hoje elas são unânimes: “medo”.
A menina de mochila rosa nas imagens tem 10 anos e acredita que a confusão é resultado de “fofocas”. Ela costuma ir para escola com colegas e disse, em outras palavras, ter ficado apreensiva com a situação. “Não consegui dormir direito essa noite e até fiz outro caminho para evitar problema”, disse. Isto porque ela mora próximo a casa das garotas envolvidas na confusão.
A outra estudante, de 12 anos, que aparece agredindo a vítima não compareceu às aulas hoje. Os pais pretendem mudar o turno em que ela estuda. À reportagem, ela também disse “estar com medo” de toda esta situação.
Outros pais - Alguns pais ficaram sabendo sobre a confusão por meio de mensagens recebidas no WhatsApp. É o caso do aposentado Elias Teixeira, de 61 anos, pai de meninas de 10 e 13 anos que cursam o 5º e o 8º ano, respectivamente. “A gente fica preocupado porque tem filho estudando aqui e sempre orienta a não entrar em confusão”. Para ele, nestes casos “não adianta trocar de escola porque pode ser pior”.
Declaração semelhante foi dada por Éder Alvarenga, de 40 anos, que faz questão de levar e buscar as filhas, também de 10 e 13 anos. “Tem que acompanhar, né?”, diz considerando esta também uma medida de prevenção.
O técnico em óptica Nando Vaivà, de 51 anos, disse ter ficado sabendo da confusão só na tarde de hoje quando foi deixar a filha na escola e ela contou sobre o caso. “A gente fica preocupado, mas conversa muito com ela”, diz se referindo a menina de 9 anos.
Policiamento - Na tarde desta sexta-feira, uma viatura da PM fez ronda pouco antes da entrada dos estudantes. Um dos militares, que preferiu não se identificar, disse ter recebido determinação para fazer rondas naquele local no início e fim da tarde.
A reportagem enviou e-mail para a assessoria de imprensa da SED para ter detalhes sobre o caso e aguarda resposta.